DIESEL S/S10 SEX SELLS – Foto: Reprodução/ Fucking Young!

Atualmente, existe uma forte e crescente conversa dada por meio de conteúdos produzidos para as redes sociais, que propõe discutir o denominado “apagão sexual” da Gen. z (ou geração z) e sua relação com o sexo. Esses conteúdos expõem a dificuldade que parte dessa geração (atualmente jovem/adulta) tem com conteúdos sexuais, fetiches e o corpo nu.

No entanto, o sexo é um de nossos instintos mais primitivos e a moda nunca o deixou de lado, responsável por acompanhar o vestuário dos mais conservadores aos mais extremos, a moda nos ajuda a entender o fetichismo e a sexualidade presente em um vestuário.

E entregando um conteúdo que parte da geração z teria relutância em consumir, essa matéria (escrita por um gen. z) traz alguns dos momentos onde o sexo, o fetiche e o corpo nu foram usados como principal narrativa na moda.

ECKHAUS LATTA S/S17

ECKHAUS LATTA S/S17 – Foto: Reprodução/X
ECKHAUS LATTA S/S17 – Foto: Reprodução/X

Com Mike Eckhaus e Zoe Latta na direção criativa da marca, juntamente com a fotógrafa Heji Shin, a Eckhaus Latta trouxe em sua campanha de primavera/verão de 2017 uma abordagem tipicamente não convencional, mas totalmente on-brand, do imaginário que se têm do sexo dentro da moda.

“Vivemos numa época em que ainda há tensão entre a liberdade de expressão individualizada (especialmente online) e as abordagens puritanas ao sexo que estão profundamente codificadas na cultura”. Com esse pensamento, Eckhaus e Latta desenvolveram uma narrativa que usa da intimidade sexual como retrato do quão delicada e experimental a moda pode ser, mesmo usando como principal foco um tema considerado tabu por muitos, o sexo.

CALVIN KLEIN – 1993,2009 & 2015 CAMPAIGNS.

Calvin Klein’s archives – Foto: Reprodução/Dazed Digital
Calvin Klein’s archives – Foto: Reprodução/Dazed Digital
Calvin Klein’s archives – Foto: Reprodução/Dazed Digital

Conhecida por suas campanhas minimalistas em preto e branco que sempre trazem algum modelo ou personalidade da mídia nas famosas Calvin’s underwears, a Calvin Klein é conhecida por explorar a sensualidade em suas campanhas e quase sempre se propõe a trabalhar com conceitos disruptivos que exploram o lado sexual de uma pessoa.

Em sua campanha para o perfume “obssesed” de 1995, a marca decidiu trabalhar com o conceito de intimidade e obsessão, trazendo para as lentes uma jovem Kate Moss que após a campanha ganharia mais fama ainda se tornando um dos rostos mais memoráveis da moda nos anos 90. A campanha foi extremamente criticada por um público mais conservador da época que alegava vulgaridade e depravação, algo que “influenciaria” negativamente a vida sexual de jovens americanos.

Já a campanha para a coleção de jeans de 2009 e a campanha de outono/inverno de 2015, entram nesses momentos por “incitar” um sexo grupal (ou foursome) na campanha e apresentar screenshots reais de uma conversa online para um encontro sexual respectivamente.

TOM FORD – “FOR MEN” PERFUME

Tom ford’s archives – Foto: Reprodução/Dazed Digital
Tom ford’s archives – Foto: Reprodução/Dazed Digital

Conhecido por seu trabalho exímio como diretor criativo da Gucci e também da Saint Laurent, em 2007, Tom Ford lançou a sua primeira fragrância masculina usando e abusando da nudez nas publicidades da campanha, chamando a atenção pela ousadia, mas recebendo inúmeras críticas por uma parte do público que considerou uma exposição exagerada do corpo, atribuindo muito mais a escolha visual da campanha a um fetiche pessoal do diretor criativo, do que a arte em si.

LUDOVIC DE SAINT SERNIN F/W24

Ludovic de Saint Sernin F/W24 – Foto: Reprodução/Instagram
Ludovic de Saint Sernin F/W24 – Foto: Reprodução/Instagram

Ponto alto do desfile de outono/inverno de 2024 da Ludovic De Saint Sernin, o modelo Zeke Lindsey desfilou com um dos looks mais representativos da coleção da marca na temporada. Inspirado fortemente pela cultura fetichista e amante do vinil e do látex, o diretor criativo trouxe em sua coleção elementos da cultura BDSM e bastante corpo semi-nu, característica bastante explorada pela marca que na temporada de primavera/verão de 2022, divulgou o seu casting da seguinte forma:

Ludovic de Saint Sernin S/S22 – Foto: Reprodução/Instagram
Ludovic de Saint Sernin S/S22 – Foto: Reprodução/Instagram

BOLD STRAP – SPFW N54

BOLD STRAP SPFW N54 – Foto: Reprodução/Instagram
BOLD STRAP SPFW N54 – Foto: Reprodução/Instagram

E o Brasil não poderia ficar de fora dessa lista, com diversas marcas nacionais que também exploram o sexo e o fetiche, como a Cacete company de Minas Gerais e a queridinha dos mais ousados BOLD STRAP, que em 2022 trouxe para as passarelas da SPFW, looks que esbanjavam sensualidade e autenticidade, com muitas jockstraps, tangas e harness de couro ou semelhantes.

VOGUE, PAPER, DUST, DAZED

VOGUE HOMMES JAPAN – Foto: Reprodução/ Vogue
PAPER magazine – Foto: Reprodução/ PAPER
DUST magazine – Foto: Reprodução/Instagram
DAZED – Foto: Reprodução/ DAZED digital

E não é só nas passarelas ou nas campanhas que encontramos sexo, fetiche e o corpo nu como principal narrativa não. É nos editoriais das revistas que esse tema é bem mais explorado com takes ainda mais “provocativos” e instigantes que tratam do assunto de uma forma conceitual.

Afinal, sexo e moda nunca são de mais, explorar as possibilidades do corpo é talvez um dos maiores prazeres que se pode alcançar e talvez seja com essa premissa que aos poucos a geração z vá caminhando para a libertação desse “apagamento sexual”.

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