A autora lançou neste ano “A Contagem dos Sonhos” pela Companhia das Letras, obra dedicada a narrativas de mulheres negras.
Em uma noite que acendeu mentes e corações em São Paulo, a renomada escritora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie lotou o Teatro Renault na última segunda-feira, 17 de junho, para mais uma edição do Fronteiras do Pensamento. Com cerca de 800 pessoas atentas, a palestra teve como tema central a instigante pergunta: “Por que a literatura importa?” E olha, a correspondente Sussuca Alencar, da The Avant Garde, estava lá para conferir cada momento!

Uma voz que Ilumina e transforma
Chimamanda, que já havia marcado presença como uma das principais palestrantes da Bienal do Livro Rio, demonstrou por que é considerada uma das vozes mais importantes da literatura contemporânea. Com seu mais recente lançamento, “A contagem dos sonhos”, em pauta, a autora defendeu a literatura como uma ferramenta essencial para nutrir mentes, espíritos e impulsionar a transformação social.
“Até nos lugares mais escuros[…] a literatura, frequentemente, é essa luz”, afirmou. A escritora também reforçou que as identidade se reafirmar quando contamos histórias e faz “abrir nossos olhos para injustiça”.
Histórias que moldam o olhar
A autora de clássicos como “Meio Sol Amarelo”, “Hibisco Roxo” e “Americanah” compartilhou histórias pessoais que representa sua perspectiva de mundo, profundamente influenciada por sua infância na Nigéria. O relato emocionante da escritora sobre as conversas com o jardineiro, que descrevia ter os olhos vermelhos de tanto lutar na guerra – um exemplo vívido de como “quando eu era criança eu adorava ouvir conversa alheia” e como esses momentos se tornaram sementes para sua obra.
Chimamanda enfatizou a urgência de “fazer os homens lerem mais”, um ponto levantado por ela na Bienal, e reforçou o papel da literatura na luta contra as injustiças. Em um momento marcante, ela destacou a importância de dar visibilidade às mulheres que, segundo suas palavras, foram “apagadas, diminuídas e excluídas” da história. “O que chamamos de ideias universais, muitas vezes, são ideias masculinas”, pontuou,
Empatia e humanidade em cada linha

A palestra também abordou temas cruciais como censura e empatia. Para Chimamanda, ouvir histórias humanas é um antídoto poderoso contra a desumanização. “É difícil desumanizar uma pessoa cuja história você conheça. A história obriga você a ouvir o outro”, disse ela.
Apesar de ser um ícone global do feminismo, Chimamanda fez questão de frisar que seu trabalho vai além de qualquer rótulo, preferindo ser vista não apenas como “autora feminista”. Para ela, sua obra é, acima de tudo, sobre humanidade, identidade e justiça.
A palestra de Chimamanda Ngozi Adichie foi a segunda da temporada 2025 do Fronteiras do Pensamento, que teve sua abertura com o psicólogo social Jonathan Haidt. O próximo encontro, já com ingressos esgotados, acontecerá São Paulo, em agosto e trará o renomado neurocientista António Damásio.
Se você perdeu essa, fique ligado nas próximas edições do Fronteiras do Pensamento, porque, como Chimamanda nos lembrou, “a literatura foi educação” e continua sendo uma das mais brilhantes fontes de luz em nosso mundo!

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