A marca brasileira celebra a individualidade com produção slow, upcycling e a fusão perfeita entre o chique e o casual.
A cena aconteceu na manhã de quinta-feira, dia 16 de outubro de 2025, na passarela da São Paulo Fashion Week N60: Sabe aquele momento em que uma marca pisa na passarela e você sente que, mais do que roupa, está vendo uma declaração? É exatamente essa a sensação que a À La Garçonne provoca a cada temporada na São Paulo Fashion Week.
Se na última apresentação a marca se revelou clássica, cool e profundamente engajada na sustentabilidade através do upcycling — e você pode conferir tudo sobre essa combinação única na nossa matéria da edição passada — agora ela nos mostrou o destino dessa história.
A marca brasileira À La Garçonne, vem de uma expressão francesa que significa “à moda do garoto”, remetendo ao estilo andrógino e libertário dos anos 1920. E é justamente nessa fusão entre o feminino e o masculino, o solto e o estruturado, que a coleção mais recente brilhou.



O desfile foi uma aula de versatilidade, apresentando um acervo de mais de 60 peças que transitaram com maestria entre dois polos opostos, criando um guarda-roupa completo para a vida urbana:
- Chique e sofisticado: as roupas tinham um caimento elegantíssimo, leve e solto (nada de peças rígidas!), garantindo um movimento lindo ao caminhar. O clássico preto e branco apareceu em peças iluminadas pelos brilhos dos tecidos e acabamentos, como se o cetim ou bordados discretos transformassem o básico em algo luxuoso e perfeito para a noite.
- Casual e esportivo: a marca fez um mix de roupas mais descontraídas e confortáveis, elevando o visual do dia a dia e do esporte. Vimos exercícios em camisaria branca (a camisa social, peça básica, reinventada de formas criativas) e os surpreendentes moletons feitos com acabamento super refinado e detalhes elaborados, dignos de alta costura. Além disso, surgiram jaquetas práticas com zíperes e looks que faziam uma brincadeira com o íntimo, sendo inspirados em detalhes de lingeries com transparências e rendas.



A coleção injetou personalidade com cores fortes e interessantes: o verde ácido (aquele verde bem vivo e chamativo), o azul escuro (profundo, quase marinho), o laranja ferrugem (um tom terroso e quente) e o cinza grafite (um cinza bem escuro).
E aqui reside a genialidade: o estilista Fábio Souza conseguiu, mais uma vez, provar que a moda vai além do passageiro (ou do que é puramente tendência). No DNA da À La Garçonne, notamos o respeito à individualidade, uma vez que a marca opta por uma comunicação mais focada na essência da peça do que no endosso de celebridades. Ele mantém a estrutura tradicional — modelo, roupa e passarela — mas imprime de forma exata a frase: “roupa é identidade”.
A À La Garçonne nos convida a um modo de dizer ao mundo quem somos, a qualquer hora do dia, sem abrir mão nem do conforto, nem da elegância. É uma lição de styling urbano para a vida real.

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