A crescente busca por perfumaria de nicho tornou ainda mais prazeroso ouvir a pergunta “que perfume você está usando?”. Afinal, poucas experiências superam a sensação de ser lembrado pelo seu cheiro.
Quando se fala em matéria-prima na perfumaria, é bastante comum a mente nos direcionar para os clássicos âmbar, musk e baunilha. Mas quando se trata da rica identidade olfativa brasileira, as fragrâncias tendem para o frescor cítrico adocicado de uma biodiversidade única.
O Brasil ocupa o segundo lugar no ranking global de consumo em produtos de perfumaria (dados da ABIHPEC), com destaque para o Nordeste, região que lidera o consumo no país e serve de fonte criativa para profissionais da perfumaria, que a considera uma fonte inesgotável de aromas e sensações.

Em declaração para a In-Cosmetics Latin America, Mariana Mendes gestora de desenvolvimento de fragrâncias da Vollmens explica o potencial criativo do Nordeste:
“O Nordeste brasileiro tem se consolidado como uma região estratégica para a perfumaria nacional, não apenas pela biodiversidade, mas pela identidade olfativa única que esta região carrega. A diversidade de cheiros permite acessar desde notas frescas e vibrantes até acordes mais densos, quentes e complexos, que podem evocar com mais precisão a sensação do frescor do mar, a umidade do cacau, o clima vibrante de uma manifestação cultural”,
A região, sem dúvidas, é uma fonte inesgotável de aromas e sensações. Tantas possibilidades proporcionam que profissionais não interpretem apenas cheiros mas interpretem territórios.
“Podemos criar acordes que evocam sensações típicas, como o frescor salgado da brisa do mar, o calor do solo seco, ou o aroma adocicado de frutas tropicais vendidas em feiras, a energia do carnaval, os sons dos atabaques por exemplo, com o objetivo de despertar o sentimento de pertencimento e conexão com aquele local” conclui Mariana Mendes.


EDP Caatinga, Alquimia por Paula Franco


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