Wes Gordon, diretor criativo da grife Carolina Herrera, apresentou sua coleção verão 2026 fora da NYFW este ano. Em vez disso, escolheu Madrid, na Espanha como palco para suas criações, que segundo ele, acompanharam a exuberância e a alegria de viver que a cidade inspira.

O estilista fez referência ao movimento de contracultura Movida Madrileña, que foi o auge dos anos 80 e irrompeu após a morte do ditador Francisco Franco, como nova forma de expressão verbal e estética. Após anos de censura, os espanhóis desejavam liberdade e expressaram isso através da arte, moda, música e etc.

Em 2025, Gordon expressou esta revolução cultural através de looks ousados na passarela. As criações contaram com muita sensualidade, bordados, decote ombro a ombro, cores vibrantes (vermelho e amarelo, por exemplo) e símbolos tradicionais, como a flor cravo vermelho.



Mas suas inspirações não acabaram por aí: a era de ouro espanhola do século XVII foi referenciada muitas vezes através do drama, dos elementos inspirados no catolicismo e no patriotismo. Alfaiataria e camisas com punhos ornamentados e estruturadas na cintura, trouxeram mais da cultura espanhola barroca.

Entre as convidadas da grife para o desfile, se destacaram as brasileiras Bruna Marquezine, Sasha Meneghel, Malu Borges e Silvia Braz, que prestigiaram o evento ao lado da modelo internacional Vittoria Ceretti e da atriz de Pretty Little Liars, Lucy Hale.

Com isso, Wes Gordon entendeu que uma coleção não precisa estar necessariamente na Semana de Moda de Nova York para chamar atenção internacionalmente: uma boa estratégia narrativa mostrou ao mundo que o estilo da mulher latina está em alta com muito drama, sensualidade e elegância.
Assim, o patamar da marca foi elevado, misturando elementos próprios da casa, dialogando com o passado e com uma teatralidade inspirada nos filmes de Pedro Almodóvar, que era, não coincidentemente, protagonista do movimento Movida Madrileña, e estava presente na plateia.

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