“Drácula – uma história de amor eterno”, de Luc Besson, está em cartaz nos cinemas desde o dia 07 de agosto de 2025. O filme nos traz um Drácula que muitos não esperavam, e talvez nem estivessem prontos para ver. O lendário vampiro, eternizado por sua luxúria e violência, é redesenhado com um foco singular: o amor. E não é um amor qualquer, mas sim um que transcende séculos, morte e maldição.
A premissa, para alguns críticos, pode soar “pobre”. Como assim, reduzir a figura mais icônica do terror a um mero romance? Mas será que o amor, em sua essência mais pura, já foi tão pouco valorizado? Em tempos em que mulheres reclamam nas redes sociais da dificuldade em encontrar um amor verdadeiro, e homens se sentem perdidos por terem sido criados “como sacos de batatas”, talvez Besson tenha tocado no ponto certo.
Ele nos apresenta um Drácula que não é movido pela sede de sangue, mas pela sede de reencontrar a única mulher que ele amou de verdade.
Qual a história?
O filme nos apresenta a um jovem conde Vlad (interpretado por Caleb Landry Jones), que, após perder sua amada Elisabeta (interpretada por Zoë Bleu Sidel) e blasfemar contra Deus, é amaldiçoado a se tornar o Drácula. É curioso notar que Zoë, que já atuou como vampira em um filme de 2016, agora se torna o objeto do desejo de um.
Ele é condenado a uma eternidade de solidão, mas seu coração bate apenas por essa mulher. O roteiro se concentra em sua incessante busca por essa alma gêmea, que agora reencarnou em uma mulher moderna. Ele precisa reconquistá-la, provar que o amor deles é mais forte que a maldição, a morte e o tempo. O que importa as batalhas históricas ou diálogos sobre a Revolução Francesa? deixa pra próxima.

Aqui, a performance de Caleb Landry Jones é crucial. Besson inclusive revelou que só realizou este Drácula para presentear o ator com o papel. E a escolha faz todo o sentido. Este não é só o Drácula que as mulheres vão querer em suas camas, mas seus gestos. Jones exala um amor, uma fidelidade e um cavalheirismo que parecem perdidos no tempo. Afinal, não é todo dia que um guerreiro deixa uma lança com a cabeça do inimigo fincada e seu exército em frente ao combate para ir proteger sua amada.
Fé, perdão e uma abordagem direta
Um dos pontos mais interessantes é a forma como Besson aborda o elemento da fé. Em vez de longos e tediosos debates teológicos sobre o bem e o mal, o filme vai direto ao ponto. O padre, interpretado pelo brilhante Christoph Waltz, não está ali para longos sermões. Ele é a representação do perdão e da redenção, mas de uma forma muito mais prática. Drácula cometeu um pecado, virou monstro, e agora busca a salvação através do amor. A fé está ali, não em diálogos complexos, mas na própria jornada do personagem.

Outro acerto de Besson é a forma como ele retrata a atração humana pelos vampiros. Nada de poderes sobrenaturais, hipnose ou misticismo. A atração é química. É algo que existe no nosso mundo real. Se eu fosse dono da Malbec, usaria o novo comercial que garante que em 5 minutos as mulheres vão te querer se usar o novo Malbec, e fecharia o comercial com o Drácula. É um pitch pronto. “corre aqui boticário!”
Para quem, como eu, é uma eterna romântica e adora uma boa história de época, este filme é um prato cheio. A estética, os figurinos e a cinematografia são deslumbrantes. O final é, sem dúvida, o ponto alto da história, surpreendendo e nos fazendo refletir sobre vários tipos de amor.
Em resumo, o filme de Besson não é só sobre Drácula. É sobre a universalidade do amor, a busca por redenção e a coragem de amar em um mundo que parece ter esquecido o que isso significa. Minha nota? Sem dúvida, 9.
E você, vai conferir se Besson conseguiu redefinir o Drácula?

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