Sofia Coppola, filha do grande Francis Ford Coppola, sempre foi um nome de destaque no cinema internacional. O fato de ser filha do cineasta ítalo-norte-americano que dirigiu uma das trilogias mais aclamadas da história do cinema, é só um detalhe diante do peso que o sobrenome Coppola carrega. Sofia usufrui da herança de sua genialidade e a reafirmou com uma trajetória autoral com Maria Antonieta -que possui umas das cenas mais icônicas das telas ao som de “Natural’s Not In It” de Gang Of Four-, Priscilla e seu vestido Chanel em seu casamento com Elvis e claro, As Virgens Suicidas. Apesar de ser sinônimo de moda e estilo em suas produções cinematográficas, ela ainda conseguiu “produzir” a It Girl e Nepo Baby do momento, sua filha, Romy Mars.

Romy Mars, filha de Sofia Coppola e Thomas Mars, vocalista da banda Phoenix, viralizou nas redes sociais quando – escondida da mãe, que proibia o uso de redes sociais – revelou estar de castigo por tentar alugar um helicóptero no cartão do pai. A partir daí, sua personalidade estourou das mídias. Surfando na semântica de Nepo Baby, ela compartilhou outras peculiaridades de sua vivência, como não saber diferenciar alho de cebola, e revelou que sua mãe não quer que ela seja apenas uma extensão de Coppola e Mars.

De fato, ela não é só isso. Conseguiu construir sua própria imagem com seu humor cítrico da Geração Z e debutou um single “A-lister”, em que cativa o público com uma crítica viabilizada em torno daquilo que alegam que ela desfruta, a futilidade da fama e o glamour fático de Hollywood.

‘Deixei meu carro vermelho como o Elvis, troquei os lençóis dele em Memphis
Realize todos os meus desejos, riquezas em riquezas
E um dia ficarei entediado com tudo que tenho
Tirarei as roupas chiques logo depois que elas forem filmadas’ canta.

Em uma alegoria submersa pelas críticas descritas a ela mesma, Romy utiliza do universo em que cresceu para escrever uma música em que sua personalidade grita e sua identidade é dita como vazia. “Eu amo esta Costa Oeste dourada e ensolarada / esse mundo plástico de aparências / até sinto falta de ser uma garota de verdade / mas eu não sou mais uma garota de verdade”. Apesar da letra da música ser um paradoxo ao que tecido social projeta sobre nome, Mars prova que é seu próprio “eu” com seus vídeos, com seu humor e sua profundidade musical.

Obviamente, ela ainda goza do universo de seus pais a inseriram, pois a própria Sofia dirigiu seu video clipe – a mesma mulher que demostrou a inocência e maturidade de Maria Antonieta através da moda-, mas Romy continua demostrando sua genialidade e personalidade com apenas de 19 anos. Ela até pode ter herdado o talento de quem a colocou no mundo, porém o mundo midiático a colocou no pedestal simbólico da Geração Z por um motivo, a identidade de uma menina que diz ser quem é, sem precisar fingir que não possui o mesmo sangue de grandes nomes correndo por suas veias.