“Gente Ansiosa” se tornou, sem dúvida, um dos livros mais valiosos da minha estante. Ele retrata uma sociedade exausta e sobrecarregada, colocada em uma situação de reféns nada convencional — e é justamente aí que o caos vira poesia. Apesar de tratar de temas pesados como suicídio, ansiedade e depressão, a história consegue ser acolhedora, engraçada e, em muitos momentos, até leve. Fredrik Backman tem esse dom raro de equilibrar dor e humor com muita sensibilidade, e quando cheguei à última página, só conseguia pensar o quanto seria difícil encontrar outro livro tão bom quanto esse.

É importante destacar que a história gira em torno de um assalto meio desastroso e um grupo de reféns bem aleatório, interessante e nada convencional. E, apesar de o título sugerir que é uma história sobre pessoas ansiosas (e um tanto idiotas, com todo respeito), o livro é, na verdade, sobre empatia. É impossível não se conectar com os personagens e suas dores, não se ver refletido em algumas falas, não comparar suas próprias lutas internas com as que surgem ali, página após página.

Uma frase que grudou na minha cabeça depois da leitura foi: “Às vezes é mais fácil conviver com a própria ansiedade se você sabe que mais ninguém está feliz também.” Meio triste? Sim. Mas completamente real.

Uma coisa que me chamou muito a atenção é como o autor não descreve a aparência física dos personagens. Ele simplesmente não se preocupa com isso. O foco está no que realmente importa: suas emoções, pensamentos, dilemas. E é através dessa entrega íntima que a gente vai criando nossas próprias versões de Nadia, Zara, Jim, Jack e os outros. Assim, quando menos se espera, você já está torcendo pra que eles se resolvam, cresçam, e no fim das contas, fiquem bem. 

Em suma, “Gente Ansiosa” é um livro universal. É um daqueles potes de ouro que você pode encontrar em uma biblioteca, entre um livro de fantasia e outro didático. 

Indico a todas as pessoas (que estejam dentro da classificação indicativa, claro) e reforço aqui que esse livro é absurdamente impressionante. Não seja o mineiro que desistiu de cavar antes de achar o tesouro — vai mais fundo. Porque esse livro vale cada página.

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