Existem histórias que nos envolvem pelo drama, outras pela identificação. E depois, há aquelas que nos conquistam por completo, que falam sobre se reinventar, ter grandes ambições e o preço de ser quem se é. Os Sete Maridos de Evelyn Hugo, de Taylor Jenkins Reid, é uma dessas histórias.
“As pessoas não querem a verdade, querem a versão mais glamourosa dela.” — Evelyn Hugo
Se existe um elemento que se mantém em cada fase da vida de Evelyn, com certeza é a moda. Mas não como um simples acessório, e sim como uma linguagem poderosa, uma armadura e, às vezes, um silencioso grito de resistência. “A moda é um jogo. E eu sempre joguei para ganhar.” Evelyn Hugo não escolhia um vestido apenas pelo brilho do tecido, cada peça era um movimento calculado. Desde os trajes deslumbrantes nos tapetes vermelhos até os looks que ditavam como o mundo a via, ela sabia que uma imagem bem construída era a diferença entre ser esquecida ou ser eterna.
“Uma mulher bonita veste a roupa. Uma mulher poderosa faz a roupa trabalhar para ela.” — Evelyn Hugo
Se você já se pegou escolhendo uma roupa para passar confiança antes de uma reunião importante, ou um date, ou quem sabe para o primeiro dia de aula na faculdade, sabe bem do que estou falando. No caso de Evelyn, no entanto, essa necessidade era ampliada pela crueldade da indústria cinematográfica dos anos 50 e 60. Seu icônico vestido verde-esmeralda? Não era só glamour e brilho, era um símbolo de controle sobre sua própria narrativa.

“Um vestido pode mudar uma carreira, se você souber usá-lo corretamente. (…) A cor certa, o corte certo, e de repente você não é apenas uma mulher – você é um evento.”” — Evelyn Hugo
Porém, a moda além de mostrar, também esconde. Em sua busca pela fama e estabilidade, Evelyn muitas vezes usou roupas para disfarçar seus verdadeiros sentimentos e proteger sua vida privada. O que a mídia via como ousadia, muitas vezes era um escudo contra um mundo que não a permitiria ser quem realmente era. Em um universo onde ser mulher já era um desafio, ser latina, ambiciosa e bissexual tornava tudo ainda mais complexo. Evelyn aprendeu a transformar seu estilo pessoal conforme necessário: um visual angelical quando precisava parecer inocente, e uma silhueta sensual quando queria demonstrar poder. Como ela mesma diz, “Se vou ser olhada, que seja nos meus próprios termos.” E, assim, a cada fase de sua vida e de seus sete casamentos, sua moda narrava uma nova versão de si mesma.
No entanto, conforme envelhece, Evelyn começa a abandonar as máscaras e adotar um visual mais autêntico. Sua moda se torna menos sobre agradar os outros e mais sobre ser fiel a si mesma. No final das contas, o que realmente importa não é o vestido perfeito, mas a história que ele conta. E Evelyn Hugo tem muitas histórias para contar.
“Ser elegante é um ato de rebeldia quando esperam que você desapareça.” — Evelyn Hugo
Amantes da moda se encontrarão com a forma como o livro mostra o impacto das roupas na construção de uma identidade pública. Mas se moda não é seu foco, a história continua irresistível — porque, acima de tudo, Os Sete Maridos de Evelyn Hugo é sobre paixão, sacrifícios e o desejo de ser lembrado não apenas pelo que mostramos ao mundo, mas pelo que realmente somos.
E então, está pronto para conhecer Evelyn Hugo e suas sete versões de si mesma? Afinal, “(…) eles são só maridos. A Evelyn Hugo sou eu.”

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