Já sentiu aquela estranha familiaridade ao passar por um corredor vazio ou ver um playground abandonado? Descubra como a estética dos liminal spaces explora o desconforto em ambientes aparentemente comuns.

Fonte: Imagem gerada por Inteligência Artificial, 2025.

Os liminal spaces, ou espaços liminares, são um conceito visual que gera emoções ligadas principalmente às transições, incertezas e até um certo desconforto.

A estética do momento tem a intenção de evocar um sentimento muito discutido atualmente: a nostalgia, mas consegue também entregar uma introspecção e uma estranheza. Esses espaços parecem familiares, quase como um déjà vu, mas ao mesmo tempo são totalmente desconectados da nossa realidade cotidiana.

O liminal space é peculiar e pode ser identificado por uma atmosfera surreal, comum em áreas como corredores vazios, shoppings abandonados e escadas rolantes desativadas, mas sempre mantendo a ausência de pessoas e movimento.

Fonte: Artz Now, photography, 2025.

É comum que a iluminação seja mais artificial, como luzes fluorescentes, que trazem à tona memórias de infância ou criam a impressão de locais visitados anteriormente.

Segundo o antropólogo Victor Turner, o “liminal” lembra um estado intermediário de ritual de passagem. Esse conceito reflete a relação humana com locais que, apesar de serem funcionais, carregam simbolismo, criando uma conexão íntima e subjetiva.

Ou seja, os liminal spaces exploram o conhecido “vale da estranheza”, em que o ambiente é quase normal, mas ainda assim inquietante. Não são apenas uma estética visual, mas também um reflexo das incertezas internas.

Fonte: Rick Owens, SS24, 2024.

Essa ambiguidade pode ser vista na moda e na cultura, traduzida em looks minimalistas, geométricos e estruturados, que misturam elementos familiares com o inesperado.

Designers como Yohji Yamamoto, conhecido por suas peças minimalistas e desconstruídas, exploram essa estética em coleções que desafiam formas tradicionais.

Rick Owens, por sua vez, investe em coleções futuristas e muitas vezes sombrias, com silhuetas exageradas e desconstruídas.

Enquanto isso, a Maison Margiela, sob a direção de John Galliano, utiliza referências inusitadas, como se as peças estivessem em processo de desintegração, criando uma sensação de mistério.

Fonte: Imagem gerada por inteligência Artificial, 2024.

O objetivo, seja na moda, no design ou na cultura, é sempre criar uma aura que estimule sensações e uma exploração de atmosferas intrigantes. Esse toque de solidão reflexiva e artística transmite a falta de pertencimento a um lugar fixo.

No TikTok, o tema dos liminal spaces viralizou, refletindo comportamentos onde muitos encontram significado no coletivo. Esse movimento reflete a necessidade de se conectar com o abstrato em um mundo acelerado e superestimulado.

Liminal spaces são um convite a refletir sobre os momentos de transição que acontecem à nossa volta. São nesses espaços intermediários, muitas vezes desabitados, que podemos encontrar um espelho para nossos próprios estados existenciais.

Fonte: Imagem gerado por Inteligência Artificial, 2025.

Ao explorar essa estética, não estamos apenas observando o vazio, mas nos permitindo vivenciar um espaço de espera, que muitas vezes se torna uma área de autoexpressão.

Explorar e entender o conceito de liminal spaces permite expandir o olhar sobre o design e a moda, mas também sobre como lidamos com os momentos de transição em nossas vidas.

Te convidamos a mergulhar mais fundo nesse universo inquietante e estranho, que vai além das imagens e estimula um novo olhar sobre os momentos de incerteza humana. E você, já encontrou seu próprio liminal space? Onde você se sente entre dois mundos?

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