78 anos após ser fundado, o Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand está aderindo à sua planta um braço expositor ao lado do endereço atual, que habita a Avenida Paulista há 21 anos com projeto de Lina Bo Bardi.

Esse extensor do museu ocupa o lugar do Edifício Dumont-Adams, dos anos 50 que um dia celebrou a fama e o poder de duas famílias então tradicionais de São Paulo, Os Adams e os Dumont (Dumont, da mesma linhagem que o aeronauta Santos Dumont).

Porém, o antigo edifício residencial dos anos 50, que era de propriedade exclusiva da família Dumont-Adams passou por uma certa “desabitação” nos anos 90 que levou à venda do imóvel em 2005 para o MASP, com patrocínio da empresa telefônica VIVO

Desde então, os rumores de um novo endereço para o Museu correm soltos, e no ano passado foram consumados com o anúncio do anexo que será inaugurado em março de 2025.

Um tempo antes do anúncio e da certeza de um extensor do Museu, o antigo residencial passou por uma tentativa de reforma mal sucedida, uma vez que o projeto foi dado como tecnicamente impróprio para a obra de reforma proposta anteriormente que de nada adiantou, pois apesar de imprópria, uma obra menor teria ido para frente e logo depois teve de parar no tempo, pois a Lei Cidade Limpa proibiu que o prédio fosse coberto de publicidades, sendo que a operadora telefônica VIVO que entrou com boa parte do dinheiro estava participando financeiramente mediante o acordo de que seu serviço seria exposto em uma torre de mais de 200 metros de altura.

Mediante as permissões legais, sem publicidade e sem torre, fazer parte do projeto não valeria a pena para a VIVO e eles teriam saído do jogo. Moral da história, o prédio parou no tempo desde meados dos anos 2000 – 2010 até 2019.

Vista aérea do MASP e do edifício Dumont-Adams (à esquerda) nos anos 70.
Reprodução: saopauloantiga.com.br

Agora batizado de Pietro Maria Bardi, contando com o valor de R$250 milhões de reais provenientes de doações de pessoas físicas para a construção, o edifício conta com 14 andares projetados para elevar não só o espaço físico expositor do Museu mas também para aulas e oficinas, projeto da METRO Arquitetos Associados. Resta observar, o novo prédio de paineis escuros que se liga ao prédio original pelo subsolo, tem tudo para ser um sucesso. Pode não ter o mesmo impacto que o projeto de Lina, mas o intuito também não é esse. Finalmente, o espaço abandonado na esquina da Rua Professor Otávio Mendes com a Avenida Paulista será ocupado.

Edificio Lina Bo Bardi e Edificio Pietro Maria Bardi. ( foto: Leonardo Finotti, exame.com)

Deixe um comentário