Taurino, viajado e de raízes cuiabanas, Luiz Marchetti é dramaturgo, artista, produtor cultural e diretor de cinema, mas, acima de tudo isso, carrega um teor crítico provocativo sui generis. Em 57 anos, a definição que mais se aproxima da dimensão de seu savoir-faire é um choque de universos, um crossover inimaginável que, em suas raízes, contradiz os padrões da produção audiovisual mato-grossense.
Nessa oportunidade, ele conta para nosso expediente sobre sua passagem dramática de 21 anos por Londres, e muitos outros por toda a Europa, com uma visão latino-americana inédita de Central Saint Martins, a universidade londrina renomada por formar figurões da produção cultural e da indústria da moda. Universidade essa em que Marchetti estudou ao lado de M.I.A e Alexander McQueen, onde se formou em belas-artes e se especializou em filme e vídeo. Área em que hoje é professor, experimentador e expert em arriscar perspectivas singulares.
O cuiabano, filho de uma relação entre raízes carnavalescas da Praça da Mandioca com a declamação de poesia concreta no coração cultural de Cuiaverá, concede à TheAvantGarde um diálogo de casa aberta sobre uma vida dedicada à arte, um passado peregrino e uma história única regada ao empenho máximo. Confira a entrevista a seguir;

Marchetti, em 2007 você já estava em Cuiabá. Uma das minhas maiores curiosidades é a história por trás do ensaio fotográfico que você assinou para a Dazed and Confused no rio Cuiabá. Como aconteceu?
O pessoal da Dazed resolveu chamar cinco fotógrafos. Eu, porque já havia fotografado homens antes, uma coisa meio Trash Glam, e eles [direção da Dazed] gostaram dessas fotos. Então selecionaram cinco fotógrafos masculinos para uma edição lançando shortinhos. O David St John James [stylist do editorial] me chamou. Falou “Marchetti, você não quer fazer alguma coisa, já que você está indo para o Brasil, para fazer no Brasil? Eu consigo Nike e Levi’s pra você”. Eu chamei o vencedor do Concurso Mr. Gay Brasil 2007, que elegia o homem mais bonito do país. Ele é um amigo chamado Luciano Lupo. O outro modelo era um artista de São Paulo. Eu pedi para eles ficarem só de cueca e colocarem os shortinhos. E eles deitaram em uma canoa. Eu acho que eles queriam posar mais, mas estavam completamente largados, com a cabeça caindo. Depois pedi para o Luciano entrar no rio com outro short da Levi’s. Quando ele estava andando lá no meio do rio, ele olhou pra trás e eu fiz a foto. As duas fotos estão na Dazed and Confused de abril de 2007.


Você já trabalhou com McQueen, já fez Dazed and Confused, Wallpaper Magazine, Vivienne Westwood, Giorgio Armani… O que te fez entrar e sair tantas vezes da indústria da moda?
Eu vivia a Saint Martins de uma maneira muito visceral. Queira ou não queira, o departamento de fotografia, naquela época, era ‘Charing Cross’, dentro do departamento de moda. Então, eu sentia que eu tinha que estar fazendo alguma coisa que fosse cool… Que fosse também com moda, para me “sentir parte”. Agora eu vejo que era por vontade de me identificar com as pessoas que estavam ali. Hoje eu não faria isso nem a pau… Eu jamais trabalharia só para ganhar algumas peças de roupa. Eu dirigia desfiles da Vivienne Westwood em troca de roupa.
E nessa época a Kodak te patrocinava?
Sim, a Kodak me patrocinou durante toda a universidade e todo o mestrado. Eu tinha facilidade em gastar com filmes, com impressão, com processamento. Eu deixava no laboratório e só buscava. Eu gastava horrores, porque o material estava garantido, tinha uma boa câmera e tal. Mas esse entra e sai [da indústria da moda] era porque eu estava em uma universidade em que tudo era emaranhado com moda, com identidade, com hormônio, com festa. Todos queriam pertencer a grupos. Era período de balada e todo final de semana tinha festa, e o meu apartamento tinha festas louquíssimas. Então eu também queria chegar nos lugares e não pegar fila. Eu era o fotógrafo de ‘tal’ revista. Eu precisava ter alguns rótulos.
Entendo, mas então isso mudou em você com o tempo?
Hoje nem dou tanto valor. Antes, era engraçado. Eu andava de bicicleta e não tinha um puto, mas eu estava chiquérrimo: de terno McQueen, Vivienne e tudo. Mas não tinha grana. [risos]
Você participou de muitos Festivais da Canção na sua juventude. Você acredita que eles influenciaram muito na mentalidade com a qual você foi para a Europa?
Eu acho que os Festivais da Canção foram essenciais porque não havia nada no interior do Brasil, era árido. Até a música que eu ouvia era de um primo, que gravava a rádio de São Paulo e enviava uma fita cassete, porque aqui não tinha. Então eu ouvia umas fitas da Jovem Pan, que naquela época eu ouviria… Hoje eu não sei. [gargalhada] Eu me lembro que eu ouvia porque não tinha música nenhuma.
Quando chegava o Festival, era uma possibilidade de ensaiar para as ‘pessoas legais’, com uma apresentação que tinha cuidado de figurino e musical, entende? Não é que aqui em Cuiabá tinha pouco, é que aqui não tinha nada, não tinha inspiração. O Festival, que era na Escola Técnica, era a oportunidade para fazer algo crazy, com uma boa letra, afinado e com pessoas bacanas. Quem rompia em São Paulo e Rio, de alguma maneira, ditava direções daquilo que funcionava. Eu acompanhava a Tetê Espíndola e vários outros artistas que eram referência e pensava “É um caminho para sair desse deserto”. Aqui tinha coisas acontecendo, mas era extremamente repetitivo.
Por que?
Porque eram as mesmas preocupações de agora, mas de uma maneira muito repetitiva. “A terra, o sol, a ralixa, as sementes, as plantas… Quem vai preservar as nossas águas?”. Era aquela mesma ‘chatura’, mas a gente queria coisas mais engraçadas. O Festival da Canção permitia isso. Imagina nove pessoas no palco em um ginásio lotado. Eu, muito magro, só tinha nariz e cabelo [risos] vestido de cantor de tango, com um piano. [Eles] tocando piano e eu cantando “O problema do menor abandonado[…]” e eu deitava no piano. Era uma coisa louca porque metade do ginásio gritava “VIADO!” e a outra metade “MARAVILHOSO!”. Isso me impulsionou de certa maneira.
Depois desse período você se muda para o Rio e logo começa a estudar na Casa das Artes de Laranjeiras. Em contrapartida, você morava em uma situação muito difícil. Como era conciliar esse choque para você?
Hoje eu vejo que [a CAL] é uma escola burguesa. Eu ganhei uma bolsa muito grande, porque eu tirei a nota mais alta [na prova] da CAL, então eu me dei bem, porque se você consegue fazer alguma coisa em Cuiabá, tudo fora é mais fácil… Eu conseguia trabalhar vendendo livros e dando aula para crianças, trabalhava também no Rio Design Center fazendo plantas trilionárias, com pessoas muito ricas.
Eu era muito despojado, aquela bicha resolvida! [risos]
A CAL foi uma maneira de eu entrar na melhor companhia de teatro do Rio de Janeiro, que era a Companhia Teatral Carioca. E eu fui um dos pioneiros da Companhia Teatral Carioca. Me ensinou muito o cuidado do trabalho corporal, a afinação com a dramaturgia, sonoplastia, cenografia. O meu professor era Yan Michalski e a gente assistia às peças do Gerald Thomas sem pagar, e frequentava tudo da Bia Lessa, mas a minha qualidade de vida era péssima. Eu morava num edifício chamado Rajah que era 60 apartamentos por andar. Só com puta, travesti, garçom, tudo arregaçado.
Mas você lidava bem com esse contraste.
A pobreza econômica eu superava por uma questão hormonal, que era “Vou sair, quero festa, quero conhecer gente. Quero estar em dia com música, com espetáculos”. Eu conseguia entrar em tudo, até o momento em que apareceu o HIV no Brasil.
E quando você termina os estudos em interpretação na CAL, você se muda para Barcelona.
Eu fui fazer uma especialização em Samuel Beckett, na Sala Beckett. Esse é um lugar de criação dramatúrgica muito importante. Ali eu conheci um outro autor, chamado Harold Pinter, e logo eu me especializei nele. Barcelona, ao mesmo tempo que foi meu portão de entrada na Europa, ainda era Barcelona em 1991: antes das Olimpíadas, antes dos eventos globais. Tinha muito emprego, eles estavam precisando de mão-de-obra e eu fui trabalhar em uma casa de shows chamada Monumental.
Em paralelo, eu comecei a trabalhar com pessoas que eu gostava muito, como o fotógrafo mais importante da Europa, Nico Bustos, que é fotógrafo de Almodóvar. A gente começou a fazer muita coisa kitsch com a banda Loco Mía. Fizemos a exposição de uma fotonovela, chamada “Las Torturas de Sheila Bé” [balido de cabra] sobre uma família: “Eu e minha esposa. Nós temos um filho. Uma avó. E uma travesti”… A travesti era o Sérgio Aramburu do Loco Mía. [risos]… Nós vendemos camisas estampadas com as cenas da fotonovela, mas era tudo de foder, ‘fuck art’. As imagens eram costuradas, montadas e refotografadas. Por exemplo, Quando a minha esposa descobre que eu traí ela e aparece ela desesperada caindo em um túnel de pintos… Era uma trabalheira da porra. As fotos ficavam na Galeria Este e lá você poderia comprar as camisetas, que esgotaram. Era muito louco porque eram só coisas ruins, mas muito coloridas e com muitos pintos, e era mais explícito do que Adir Sodré. A gente comprava dez revistas pornô e recortava todos os pintos.
Quando você finalizou esse projeto você se mudou para Londres?
Naquela época eu já frequentava. Me encantou muito porque eu vivi coisas muito parecidas com a cena do Rio. Lá tinha um cineclube chamado London Film Corp que lembrava a Estação Botafogo, que transmitia cinearte. Era uma fervição, nessa época a Amy Winehouse fazia shows ali nos pubs. Como eu frequentava a os locais do nicho do cinema, eu percebi que todo mundo queria fazer faculdade de cinema na Central Saint Martins, porque, além de ser muito bom, os filmes dos alunos saiam no MTV, mas era muito caro, coisa de patricinha mesmo… E eu era um garçom, pobretão. Na inscrição, você escolhe entrar como Private (pago) ou Grant (bolsa), que era o meu caso. 50 vagas são Private, o resto é uma multidão se inscrevendo por bolsa. Mas você não ganha a bolsa depois que você é aprovado. Eles me deram a carta de admissão e eu levei no consulado italiano, que aceitou pagar minha bolsa. Muita sorte.
E como foi o processo seletivo para entrar na St Martins?
Eu precisava apresentar um filme, e eu fiz uma performance ao vivo criticando a pasteurização do sotaque brasileiro na Rede Globo com o modelo Herbert Richers. Eu ficava pelado. Eu fui ao mercado de rua, peguei uma câmera de segurança e coloquei uma tela transmitindo perto dos jurados. Quando eles perguntaram que filme eu iria passar, eu falei que faria um filme ao vivo. Eu respondi “Eu vou fazer um filme ao lado de vocês e vai aparecer na tela e vocês vão ouvir minha voz” e eles já me amaram. Eu não falava inglês direito então levei a tradução por escrito para eles entenderem. Entrei e fiquei pelado, o que já choca, porque o cinema é bem diferente do teatro, e eu lia o texto hiper dramatizado com o sotaque neutro. Eles falaram “Nós vamos te dar uma admissão e, se você não conseguir a bolsa do consulado, a St Martins vai te bancar”.
Você já fez vídeo-arte, peças de teatro, instalação… De onde vem tudo isso? O seu trabalho é muito diferente daquilo que o nosso público está habituado a consumir.
Por eu ter feito teatro com audiovisual na CAL, que é uma casa de arte e não uma escola de teatro, sempre fiz muita performance. Eu tive aulas com a Marília Pêra, que era muito relacionada com teatro de rua, teatro grandioso e teatro minimalista. Então eu venho de uma formação de artes cênicas onde tinha um cuidado plástico e o figurino era conceitual. Quando eu vou para a Saint Martins, o método deles também me distancia do padrão de Hollywood, porque eles não estavam interessados em narrativas e dramaturgia, mas sim em cinema escultural, cinema instalação…
Eu tenho muita curiosidade em saber sobre seu trabalho “A Poética dos Pequenos Furtos”
Em A Poética dos Pequenos Furtos eu tive muito apoio da Kodak então eu processava muitos filmes. Eu comecei a ver que as pessoas da minha bolha davam muito “a Elza”, todo mundo dava uma roubadinha. Por exemplo, um amigo adorava ir nas academias de musculação em Londres. Ele roubava cuecas no vestiário, guardava na bolsa e saía. Um outro amigo roubava os cachecois das namoradas. Quando eu chegava na casa dele e tinham vários cachecois de mulher ele me falava “Era da minha namorada”. Uma amiga chamada Patricia, que era baterista da Courtney Love, ia nas lojas de luxo com uma meia calça velha e pedia uma nova, ia no provador e quando voltava ela estava com a meia nova na perna e a velha na embalagem e ia embora com a meia roubada. Outra amiga,no Rio de Janeiro, gostava de roubar em brechó de gente pobre. “Eu vou para um lugar que não pode roubar. Lá que eu roubo” ela falava.
A maneira que eu filmava aparecia o item roubado e nunca o rosto da pessoa, era sempre assim: A mulher nua vestindo só o sutiã roubado tomando banho, mas com uma folha de palmeira no rosto. Eu filmei ela com filme da Kodak e tingi o filme de azul. Eu vendi o filme pro Centro Cultural São Paulo.
Isso foi uma instalação ou um filme?
A instalação eram nove televisores ligados simultaneamente. O conceito é que, hoje em dia, você sair no jornal como ladrão é vantagem, porque viraliza, mesmo que com 15 minutos de fama. Logo já esquecem a causa, então o importante é que você apareceu, entende? A minha teoria é que se você é um ladrão grande, as pessoas te respeitam até mais, “O comendador, arcanjo, robô”, “Ficou famoso!”. Então eu queria fazer famosas as pessoas que roubam por moda, ou por um livro, por um cachecol, ou por uma cueca deixada numa academia. É melhor a gente poetizar esses pequenos ladrões, “pretty crime”.
E você acha que a sua infância, vendo o seu pai nas escolas de carnaval e a sua mãe declamando poesia, influenciou você seguir esse caminho?
Total. Porque Cuiabá era muito árido, a gente não tinha nada. Ou você mexia com sertanejo, que eu nunca gostei, ou você mexia com futebol, que eu odeio. Nessa época eu não era assumido como homossexual, eu tinha muito medo. Ninguém falava sobre isso na ditadura, ser viado era um crime. Ter meu pai mexendo com carnaval, trabalhando com mulheres trans, fazendo as fantasias era muito diferente, mas eu ainda achava repetitivo porque meu pai mexia mais com as baterias. Minha mãe não. Ela era de decorar ritmo, era da poesia.
Eu acho que o fato de eu ter vindo de uma realidade de orçamento mais baixo me fez muito coringa.
Foi muito bom, sem dúvidas, mas sem glamour nenhum, porque a gente era pobre. Nós morávamos com a minha avó, na região da praça do Liceu Cuiabano. Zero glamour, mas muito inspirador, sabe? “Ah, agora vai sair o bloco!” e todo mundo ia pra avenida ver os blocos do meu pai e depois a gente ia pra Academia de Letras ver minha mãe declamando. Saía o governador e entrava minha mãe declamando.
Quando você volta de Londres para Cuiabá, você é premiado pela TV Cultura, realiza a retrospectiva no MISC, começa a trabalhar na Assembleia Social e muitas outras coisas. Tendo uma carreira tão extensa, como você se sente? Ainda produzindo, claro, mas olhando pra trás, o que te remete?
Não tem como eu definir o que foi bom ou não, porque eu ainda tô fazendo muito. Eu saí daqui, eu tinha 17 anos. Eu queria morar com a minha mãe, então eu voltei, e quando eu voltei minha mãe estava com câncer e idosa. Em paralelo, recentemente eu vi um filme com a Cate Blanchett onde mostra ela fracassando. Ela termina o filme em uma cidadezinha vagabunda. E eu pensei “Será que eu virei ‘Tár’?”. Mas eu nunca fui uma celebridade, sempre fui um ralador de arte e cultura, e acho que a gente esquece dos valores afetivos. Eu hoje me arrependo de ter ficado longe por tanto tempo. Eu poderia ter vivido muito mais com a minha mãe, ter curtido o Brasil. Tudo bem que eu tive exposições com lotação máxima em Londres, com outdoors com meu nome, mas socialmente não tinha um retorno. Então, eu voltei para cá em busca dessa espiritualidade na criação. Na Assembleia Social, quando eu cheguei, eu trabalhava muito com um programa de TV, de arte e cultura; Eu participei do festival de siriri daqui, dirigi o festival de rasqueado, eu tive experiências que me colocaram dentro da raiz daqui, então eu não tive um downgrade.
E quais são os seus próximos passos?
Agora vou fazer uma minissérie de quatro episódios sobre pessoas LGBT que foram dadas como suicidas no Portão do Inferno mas que, na realidade, elas foram assassinadas. O projeto é do Jefferson Neves, e ele escreveu em um tom de mistério, de terror, muito sanguinário com muita tortura. Eu também estou terminando a terceira edição da série “Mulheres de Resistência”, sobre dez mulheres de Mato Grosso com poesias da Daniela Paula e composições da Estela Ceregatti, com a fotografia do João Regis. É muito suave, mas está ficando lindo.
Se Deus quiser, no início do ano [de 2025] faço uma exposição sobre 40 anos da minha carreira aqui na CALM [Centro Audiovisual Luiz Marchetti] e inauguro a galeria.
Perfeito.
Falei pra caralho [risos]
Ao refletir sobre os seus próximos trabalhos, Luiz Marchetti concedeu também o material de divulgação de um projeto inédito com exclusividade. “CARNE.OFICINA” é uma crítica ao agronegócio com videoarte sob direção do artista e, assim como é de se esperar, provocativo em essência.
Em nota divulgada para a TheAvantGarde, o artista esclarece:
“Do epicentro do agronegócio dois artistas cuiabanos, a poeta Dani Paula e o cineasta Marchetti resolvem questionar a relação Carne e Alma. Entre ventos de inseticida e a matança da bovinocultura brota este recorte em Videoarte de Luiz Marchetti inspirado na poesia ‘Carne’ de Dani Paula Oliveira.
A poesia de Dani Oliveira levanta questões de corpo e morte, alma, gosto, desejo e finitude enquanto a abordagem de Marchetti vasculha o açougue local, do bairro LIXEIRA, onde cresceu, com ganchos, barulho de facas câmara fria e carnes carimbadas.”





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