Em 2008, o artista suíço Roman Signer nos apresentou a Sand Column, uma escultura super provocativa, mas que acabou sendo mal interpretada depois de viralizar no TikTok e no Reels. Ninguém que compartilhou disse quem era o autor, onde estava sendo exibido o trabalho… Foi um caos! A única mensagem veiculada era: Isso é arte?

Roman Signer é conhecido por suas esculturas contemporâneas que fazem uma crítica ao uso de materiais convencionais. Quem precisa de mármore de Carrara quando você tem baldes de plástico e areia? No mundo pós-Duchamp, qualquer coisa pode ser arte. E é aí que Sand Column entra com força.
No vídeo que viralizou, vemos uma pilha de baldes laranjados cheios de areia. O artista fura o primeiro balde e, em questão de segundos, a estrutura desmorona. É quase como uma metáfora do “boom ou bust” – uma estrutura que parece sólida, mas, com um simples erro, tudo simplesmente desmorona!

Agora, se a crise era sobre isto ser arte, ou mesmo ter um sentido, vamos falar sobre isso, então? Vem comigo!
A obra é dividida em dois momentos. O primeiro, uma performance, onde o furo simboliza a fragilidade do que parece forte – a coluna que irá ao chão. E no segundo momento, a escultura está no chão, inerte. O que resta é a memória de quem viu a ação e a reflexão sobre o que ela representa. Countdown, o nome da exposição, é quase uma contagem regressiva para o colapso.

Agora, se você acha que arte contemporânea não tem propósito, vai precisar repensar. No fundo, o trabalho de Signer traz à tona algo profundo: na sociedade contemporânea, nossas construções, sejam físicas ou sociais, estão sempre à beira de um colapso. Como o império Romano, que ruía por dentro, a estrutura de baldes é instável, dependendo de algo pequeno para desmoronar.

Fuçando no X, encontrei essa analogia fantástica e com ela é possível expandir a escultura de Signer para uma poéticas sobre a destruição como forma, também, de criação!
E aí entra o verdadeiro poder da arte contemporânea. Ela não precisa ser entendida de imediato, mas sempre deixa algo para refletir. Ela nos transforma, nos provoca – e mesmo quando não gostamos, ela está lá, nos ajudando a entender melhor o mundo e a nós mesmos. E vamos parar com esta história de “sentido”. Nem tudo tem que ter sentido e tá tudo bem!
Agora, da próxima vez que alguém falar sobre Sand Column, você já sabe: arte é sobre mais do que o que vemos, sentimos, pensamos. Pode ser sobre o que não vemos, não sentimos e não pensamos.

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