Sioduhi Studio é a primeira marca do Norte do Brasil a fazer parte da agenda da Casa de Criadores
“I was like: why’re you so obsessed with me?” Se alguma marca pode me perguntar isso, com certeza é essa! Desde que saiu a programação da 55º edição da Casa de Criadores, minha cabeça só repete esse nome: Sioduhi Studio. E como eu me recuso a ser obcecada sozinha — a la Joe Goldberg —, hoje vim contar tudo que a TAG sabe sobre nossa mais nova queridinha nacional.

Nascida do estilista que lhe deu o nome, a primeira coleção da marca, “Dabucurí“, chegou entre nós em 2020. Tudo na estética da coleção foi pensada para remeter a elementos presentes na cultura do povo Piratapuya do Alto do Rio Negro.
Desde peixes como o acará verde, até frutos como o burutí. O nome da coleção remete a uma cerimônia milenar onde ocorre troca de conhecimentos por cantos, danças, bebidas, culinárias, entre outros.
As roupas de Sioduhi possuem um zelo desde a concepção das ideias, até sua concepção propriamente dita, com peças carregadas de brasilidade, que se distancia de áreas do Brasil que recebem demasiada atenção. Todo o processo de desenvolvimento dos produtos é feito em Manaus e em São Gabriel da Cachoeira (AM).
Sem falar nas matérias-primas das peças sustentáveis e de técnicas tradicionais indígenas; como o desenvolvimento ManioColor: uma forma de tingimento própria, sem produtos químicos e através da casca da mandioca-brava, muito comum na região norte do Brasil.
Cada nome, cada cor, cada coleção traz consigo uma história e ancestralidade que merece ser celebrada. Sioduhi se propõe a nos mostrar que os saberes indígenas, mais antigos que nosso próprio país, são tecnologia de ponta e devem ser valorizados muito mais que uma produção massificada e cada dia mais, envenenadora.
A mandioca-brava é extremamente toxica para o humano se não manuseada da forma correta, mas pode se transformar em alimento, artesanato e agora tinta. Ironicamente e sem intenção, a Sioduhi cria roupas fazendo uma metáfora brasileira e imemorial sobre os dois lados da moeda: aquilo que mata também pode curar, aquilo que envenena também pode alimentar.
Sioduhi nos mostra que a tecnologia indígena não ficou no passado e que há esperanças num futuro sustentável sim! As peças estão disponíveis para a compra no site e que nunca esqueçamos das nossas raízes!

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