Até onde estamos dispostas a ir para alcançar a juventude eterna? Na busca por padrões estéticos inalcançáveis, muitas mulheres se perdem de sua essência, sacrificando a autenticidade e apagando sua verdadeira identidade.

Fonte: Pinterest

A busca incessante pela juventude tornou-se uma das principais expectativas sociais modernas, mas esse anseio frequentemente vem acompanhado de um preço alto: a perda da identidade.

A passagem do tempo é vista como o “fim”, especialmente para as mulheres. O envelhecimento é tratado como um sinal de decadência, mas não seria esse um paradoxo?

Afinal, com a idade vêm a experiência de vida e a sabedoria adquirida ao longo dos anos. No entanto, essa sabedoria muitas vezes é ofuscada pela pressão de se encaixar em um molde superficial.

Fonte: Pinterest

Nietzsche já discutia a questão da autenticidade e da busca por identidade em meio às pressões externas. Em suas obras, ele enfatiza como as expectativas sociais podem corroer a essência do ser humano, levando-o a perder sua verdadeira natureza na tentativa de ser aceito. 

Para Nietzsche, essa perda de identidade é uma consequência direta da falta de autossuficiência e da dependência do olhar do outro.

Isso se reflete, particularmente, na experiência de muitas mulheres, que frequentemente se sentem perdidas ao tentar atender aos padrões de beleza jovem e eterna impostos pela sociedade.

De forma semelhante, Mihaly em sua teoria do “fluxo” demonstra como o desvio de nossas paixões e valores em busca de aprovação externa pode nos levar a um estado de dissociação, no qual o prazer genuíno e a realização pessoal se tornam comprometidos.

Fonte: Pinterest

Nesse contexto, a busca pela juventude ultrapassa a esfera estética e se transforma em um dilema existencial. As pressões sociais corroem a autenticidade e nos afastam de quem realmente somos. 

Esse tema tem ganhado destaque nos últimos anos, especialmente na indústria audiovisual, acompanhando os avanços tecnológicos no setor de estética e a intensificação da imposição de padrões irreais.

Um exemplo é o filme A Substância (2024), cujo enredo principal gira em torno da protagonista que vai a extremos para alcançar o ideal de juventude eterna. Assim como na vida real, as consequências dessa obsessão se tornam cada vez mais graves e irreversíveis.

Fonte: Pinterest

Mas quem, em algum momento, não se sentiu perdido diante das expectativas sociais e da pressão para permanecer jovem e atraente? O desejo de viver e de se sentir valorizado é universal.

Contudo, as expectativas irreais impostas pela sociedade, sobretudo às mulheres, transformam essa busca em uma prisão, onde a identidade é sacrificada em nome da aparência. O foco deixa de ser o coletivo e passa a ser uma competição consigo mesma.

Fonte: Pinterest

Com isso, vemos como a obsessão pela juventude e pela beleza resulta em um dilema existencial profundo. Muitas vezes, a busca pela validação externa, pelo desejo de se sentir amado ou valioso, nos leva a perder de vista quem realmente somos.

Essa incessante necessidade de aprovação social é, talvez, uma das maiores ameaças à nossa autenticidade, como Nietzsche apontou.

Uma resposta para “Quando a juventude custa a identidade”.

Deixe um comentário