A Hannah Montana (personagem da Disney interpretada pela Miley Cyrus) teve aquele surto de não querer ser famosa o tempo todo, viver a vida de uma menina normal na escola, com bullying, crush de adolescência por uns meninos sem noção, dissecar sapo e outras funções super emocionantes de uma civil comum.
E a gente sabe – mais ou menos – o porquê (mas nem sempre concorda); não perder os amigos, não deixar a experiência da adolescência de lado e virar direto uma adulta que lida com contratos, produtores e etc, ou qualquer coisa do tipo. Na televisão, ela conseguia fazer quase tudo isso sem balançar no salto alto, mas é óbvio que, até para a classe média norte-americana, na realidade isso não se aplicaria e que já é coisa demais passar pela adolescência considerada “comum”, a escola e blá blá blá… 

Quantos de nós já não sonhamos com uma mudança drástica? Se pudesse me transformar, até com os procedimentos estéticos por exemplo, é mais simples dizer o que não mudaria, a lista do que seria plastificado é grande… Mas, recentemente uma luz surgiu em volta das fantasias de Halloween da performer Dita Von Teese e foi bem intrigante. 

A sempre glamourosa artista burlesca é conhecida por resgatar a cultura da dança e performance de outras décadas, enquadrando-a em algo que seja consumido pelo público atual. Muito sexy, muitas plumas, muito brilho, muito tudo. Ela tem também uma veia meio gótica que sempre aparece na forma dela de se vestir, de fazer o cabelo e de escolher os amantes, ela foi até casada com o polêmico Marilyn Manson.

Pois bem, identidade e valores bem definidos, ela é uma pessoa de pulso firme em sua estética, a casa, o closet, inclusive a coleção de sapatos (ela é amicíssima de Christian Louboutin). Mas tudo isso ela deixa de lado no Halloween, a festa temática ridiculamente popular nos Estados Unidos que no filme Meninas Malvadas de 2004 foi definido como: “a única noite do ano que uma garota pode se vestir igual uma vagabunda e as outras garotas não podem dizer nada sobre isso”.

Mas para uma mulher que anda contracorrente de domingo a domingo, o que ela usaria para a festividade? Afinal, seu estilo pessoal é usado de fantasia para vários no Halloween.

Ela se veste então de “normal girl”. Sim, ela se fantasia de garota normal. Calça jeans, boina, jaqueta de couro, estampa de onça, cabelo loiro ondulado, tudo que serve no estereótipo da menina norte-americana. 

Imagem retirada do Instagram @ditavonteese

Bem boring, bem usual, bem fast-fashion. Todo Halloween ela mergulha no universo tedioso de seguir tendências e usa do que passaria despercebido para surgir numa persona mais acessível e menos destacada.

Dona de uma imagem que já toma bastante tempo e esforço para se montar, ela é uma loira natural que pinta voluntariamente seu cabelo de preto. Pasmem, uma loira natural que pinta o cabelo de preto e por livre e espontânea vontade escolheu o cabelo ondulado, o salto mais alto possível, o corset, todo o trabalho incluso em sua rotina para manter a figura intacta de uma mulher que parece viajar no tempo. Apesar disso, ela escreve na legenda de uma foto que, todo o bronzer, pó para maquiar e as várias camadas de roupas são trabalho demais. 

Print retirado do Instagram @ditavonteese

Até parecer com todo mundo dá trabalho. Principalmente se você quiser parecer mais individual nos outros dias, e dependendo do caso a gente está tão inserido na nossa bolha pessoal que quando sai se acha diferente, sabe? Quanto mais você não quer parecer com ninguém, mais se parece com todo mundo. O pulo do gato está por aí, ser o que se é, seja o que for. C’est la vie.
Fiquem com essa foto de um dia normal na vida da Von Teese.

Imagem de Albert Sanchez and Pedro Zalba retirada do Instagram @ditavonteese

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