Em um mundo cada vez mais obcecado pelo consumo rápido e micro tendências, o movimento Sou de Algodão surge como um farol na contramão, iluminando o caminho para uma moda mais sustentável e conectada com nossas raízes nacionais. 

Nascido em 2016, o projeto colaborativo reúne a cadeia produtiva do algodão brasileiro, desde o campo até as passarelas, visando celebrar a fibra nacional e promover o consumo consciente. Provando como o importante movimento Fashion Revolution dá, sim, para saber de onde vêm nossas roupas. 

Fonte: Site Sou de Algodão

Sou de Algodão, vai além da estética. É um manifesto pela valorização da produção nacional, pela redução do impacto ambiental e pela promoção de uma cadeia têxtil mais justa e transparente. Ao escolher peças com a certificação Sou de Algodão, o consumidor está contribuindo para um futuro mais sustentável e fortalecendo a economia local.

Vale lembrar que 82% do algodão brasileiro possuem certificação socioambiental ABR (Algodão Brasileiro Responsável) e licenciamento Better Cotton, e com 100% da produção rastreada, além de ser uma fibra biodegradável e orgânica.

O desfile mais recente do Sou de Algodão na SPFW N58, com o tema Manualidades, foi uma verdadeira ode às nossas origens. Com 12 estilistas selecionados a dedo juntamente com o Stylist Paulo Martinez, a passarela se transformou em um show de criatividade que dialoga com o passado e projeta a moda nacional. 

Fonte: Vogue Brasil Instagram

As técnicas manuais, as estrelas, o crochê (Alô, tendência!) e o macramê ganharam uma nova visão. A paleta de cores terrosas e a inspiração na rica diversidade brasileira resultaram em peças únicas como obras de arte. 

Iniciando o desfile, foi a vez de João Pimenta trazer uma alfaiataria masculina desconstruída. Cheia de estampas florais onde fios de algodão saiam de dentro das flores, trouxe outros ares para a masculinidade. 

Fonte: SPFW Instagram
Designer: João Pimenta

De peças de alfaiataria até moda praia e despojada, todos brilharam de sua forma. A versatilidade da fibra foi incontável. Desde rosas de crochê implementadas em vestidos e blazers, David Lee, Ateliê Mão de Mãe e Thear mostraram a permeabilidade da técnica.

Também vimos Adriana Meira e Catarina Mina trazer o Patchwork de crochê e formatos variados em algodão bordado. E nem só de roupa vive o algodão. Heloisa Faria apostou em acessórios como colares e cintos de envolvidos em fios de algodão. 

Fonte: SPFW Instagram
Designer: Heloisa Faria, Thear e Adriana Meira.

Um elemento surpreendente implementado por Weider Silveiro e Walério Araújo, que apareceu não só nesse desfile, mas como vários outros na SPFW, foi a palha! Ela serviu como adorno de flores bordas, franjas de cintos e saias.

Fonte: SPFW Instagram
Designer: Weider Silveiro

Ronaldo Silvestre trouxe tramas de sarja associadas ao algodão, a técnicas que faziam o algodão parecer couro.

Fonte: Vogue Brasil
Designer: David Lee e Ronaldo Silvestre

O movimento Sou de Algodão é a prova de que moda e sustentabilidade podem andar de mãos dadas. Ao celebrar a tradição e a inovação, o projeto inspira uma nova geração de consumidores e designers a buscarem um futuro mais justo e consciente.

Como disse Paulo Martinez, stylist do desfile, “as manualidades nunca estiveram de lado na moda brasileira”. Ao valorizar o feito à mão, o Sou de Algodão fortalece a identidade da nossa moda e inspira novas gerações de criadores.

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