Alguns anos atrás, quando a Chanel lançou a bolsa porta-garrafa d’água, a conversa sobre wellbeing se juntou ao poder de consumo e marcas de luxo. Transportar sua fonte de hidratação virou must have e, ainda por cima, de grife, o melhor dos mundos.
Além disso, também entrou para jogo a conversa sobre sustentabilidade e o ato de carregar consigo sua própria garrafa ou copo, para diminuir o uso de descartáveis, significa que você pode aproveitar dos bebedouros pelo Mundo. Não precisa pedir um copo de plástico e nem deixar louça para lavar na pia alheia, você mesmo lida com seu suporte para líquido e para entretenimento (ou vício) você pode até levar sua própria bebida para o happy hour ou coisa do tipo. Ou, beber um vinho no metrô terça-feira à tarde, por que não?
Se isso não for suficiente para te causar a sensação de necessidade por uma garrafa que custa algumas centenas de reais, talvez o stand da Stanley na recente edição da São Paulo Fashion Week convença. A ação da marca incluiu até participação de destaque no desfile de Alexandre Hechcovitch, o modelo lançamento é o mais caro disponível no momento e andou na passarela. 680 ml que vem com uma alça para transporte e custa R$ 900,00 reais.

Você não a guarda na bolsa, você a carrega como bolsa. Ela guarda um dos bens mais preciosos que você pode carregar, que apesar de abundante, é escasso em qualidade para consumo em muitas regiões do globo: a água.
A garrafa de água é a nova bolsa de grife, ela tem nome e até falsificação.
O SNL, programa de comédia norte-americano, já mencionou o assunto em sketchs brincando com o fenômeno das garrafas, que se é grande no Brasil, imagine nos Estados Unidos. Eles chamaram de “Big Dumb Cups” que em português seria: Grandes Copos Idiotas. E brincam também com o estereótipo da menina estadunidense que carrega seu copo por aí.

Fato é que, piada ou não, a gente não para de falar dos copos. Eles conseguiram, surtiram efeito, a garrafa é uma bolsa de grife, um relógio de luxo, um aparelho celular super moderno. Ela desfila na Fashion Week, você a carrega para todos os lados e o objeto é facilmente reconhecível. Nós a chamamos pelo nome da marca, assim como as bolsas de luxo.
Elas são um outdoor do seu autocuidado e algum cuidado com o planeta, mesmo que não tenha essa intenção ao usar o produto. Nós ainda não estamos falando sobre o descarte delas, mas o impacto de lixo não reciclável que milhares de garrafas de metal com tampa de plástico e canudo de borracha podem causar é maior do que o benefício ambiental de não usar copos descartáveis por alguns anos.
Mas isso, se começarmos a pensar em descarte, é um item caro e temos noção de que ele não envelhece tão mal, com certeza não vai apodrecer no armário da cozinha e o metal usado na produção delas é resistente e bom para limpeza. No entanto, quanto mais produzimos, mais desperdiçamos.
Aguardamos cenas dos próximos capítulos ansiosamente.

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