
Falar sobre América Latina, cinema universitário, cinema independente e cinema mato-grossense é falar sobre a MAUAL (Mostra de Audiovisual Universitário e Independente da América Latina). A mostra, que aconteceu de 8 a 13 de outubro, no Teatro da UFMT, foi uma verdadeira celebração do cinema de guerrilha — aquele que, com poucos recursos, consegue produzir grandes obras cinematográficas.
A TheAvantGarde esteve presente durante os seis dias de programação. Foram exibidos filmes de ficção, documentários e experimentais, oferecendo aos espectadores uma grande diversidade de estilos. O público teve a chance de escolher seus filmes favoritos, o que trouxe ainda mais engajamento e participação nas sessões. A mostra reforçou como o cinema universitário e independente é fundamental para a cultura regional.
Entre os destaques da noite de domingo, dia da premiação, o Júri Popular escolheu Mansos, dirigido por Juliana Segóvia (MT), como Melhor Filme Independente. Já o prêmio de Melhor Filme Universitário foi para Salada de Furtos: Os Quatro Delinquentes, dirigido por Ryan Victor (MT).
Juliana Segóvia (@ju.segovia), radialista e mestre em Estudos de Cultura Contemporânea, subiu ao palco com a equipe para receber a Coxiponesa como Melhor Filme Independente pelo Júri Popular. E, mais tarde, subiu novamente para receber o prêmio de Melhor Curta Brasileiro Independente de Ficção pelo Júri Técnico com Mansos.
A TAG conversou diretamente com os realizadores que subiram ao palco, com o voto popular, para receber o prêmio da MAUAL. O troféu, carinhosamente apelidado de “Coxiponesa”, foi feito pelas mãos da ceramista Ludmila Brandão.
“Receber uma premiação da MAUAL direcionada a Mansos, para mim foi fundamental, para a minha trajetória, porque é ser premiada na minha terra, na minha terra mato-grossense, na minha cidade. Cuiabá”. Juliana celebrou suas raízes cuiabanas e se sentiu agraciada por Mansos, que contou com uma equipe sensacional.
Mansos foi realizado pelo Aquilombamento Audiovisual Quariterê (@quaritere), uma potência na produção de pertencimento e reconhecimento cultural. Segóvia também reforçou a importância do Brasil se expandir em festivais e mostras.“Uma grande vitrine de exibição da criatividade brasileira e do trabalho brasileiro envolvendo a arte”.
A MAUAL, que já está em sua 23ª edição, continua desempenhando um papel essencial para manter o cinema mato-grossense vivo e em constante evolução, fortalecendo a produção local e criando um espaço para novas vozes e histórias.

Ryan Carmo (@_ryancarmo), estudante de cinema e diretor de Salada de Furtos: Os Quatro Delinquentes, participa da MAUAL desde 2022, e em 2024 subiu ao palco para receber o prêmio de Melhor Filme Universitário pelo Júri Popular.
“Foi uma surpresa muito grata, foi um ano repleto de filmaços, tanto universitários quanto independentes, tanto que eram 27 filmes competindo na categoria universitária, mas ter esse reconhecimento do público foi uma honra gigante“. E completou agradecendo ao elenco e a equipe pela dedicação, por dar luz à algo que gere efeito em quem assistiu.
Salada de Furtos, realizado pela produtora Bora Fazer Filmes (@borafazerfilmes), foi uma experiência única que transporta o público para outro universo. O filme policial acompanha quatro delinquentes — Kiwi, Abacaxi, Framboesa e Jabuticaba – que tentam roubar o “bafo do dragão” no Sarambi, até que uma reviravolta inesperada pode mudar tudo.

Confira a lista completa dos vencedores e vencedoras:
JÚRI POPULAR
Melhor Filme Independente:
Mansos – Juliana Segóvia (MT)
Melhor Filme Universitário:
Salada de Furtos: Os Quatro Delinquentes – Ryan Victor (MT)
Melhor Videoclipe Universitário:
Armayck – “Só Um Lance” – James Magrin (MT)
JÚRI TÉCNICO
Melhor Curta Brasileiro Universitário de Ficção:
YBY KATU – Jessé Carlos, Ladivan Soares, Kaylany Cordeiro, Geyson Fernandes, Rodrigo Sena (RN)
Melhor Curta Brasileiro Universitário Documentário:
Fragmentos de Alda – Maria de Fátima Rodrigues (MT)
Melhor Curta Brasileiro Universitário Experimental:
Para Carlos – Carlos Cipriano (GO)
Melhor Curta Brasileiro Independente de Ficção:
Mansos – Juliana Segóvia (MT)
Melhor Curta Brasileiro Independente Documentário:
Uma Mulher Comum – Debora Diniz (DF)
Melhor Curta Brasileiro Independente Experimental:
Bença – Eric Bruno (MT)
Melhor Curta Estrangeiro (Prêmio Hermano):
Hoy Es Siempre Todavía – Martín Álvarez (Cuba)
Melhor Curta Mato-grossense:
Albuesas – Glória Albues (MT)
Melhor Curta Curtíssimo (até 5 minutos):
Autorretrato “Listas” – Juliana Lanniccillo (Argentina)
PRÊMIOS ESPECIAIS
Prêmio Ton dos Santos – Melhor Filme de Temática LGBTQIAPN+:
Pedagogias da Navalha: Se a Palavra é um Feitiço, Minha Língua é uma Encruzilhada – Colle Christine, Alma Flora e Tiana Santos (RJ)
Prêmio Ana Cristina Sampaio – Melhor Filme de Animação:
Coaxo – Cecília Silva (RS)
Prêmio Denis Pereira “Cine Zumbi” – Melhor Filme sobre Lutas Sociais:
Utopia Muda – Júlio Matos (SP)
MENÇÕES HONROSAS
Fui na Feira – Ana Carolina Aliaga & Vitória Marques (SP)
Cores Queimam – Felippy Damian (MT)
Los Caballos No Se Acuestan – Kwon Jiyong (Cuba)
No Meio de Campo – Vinícius Studart (CE)
Sagrada Travesti do Evangelho – Júlia F. Cândida (GO)
Quanto Vale? – Letícia S. Góis (MG)
Ahogar el Nombre – Verónica Albornoz, Muriel Sago e Florencia Silva (Argentina)
MAUAL LAB
Melhor Projeto de Longa:
Gosto do Cloro – Juliana Curvo
Melhor Projeto de Curta Ficção:
Transeunte – Guilherme Arthur de Lima Pereira e Julia Barbara
Melhor Projeto de Curta Documentário:
De Longe Vejo Minha Aldeia – Renata Cristina dos Santos e Maria Andreia dos Santos

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