Nesta quinta-feira (26/09), na Semana de Moda de Paris, Chloé trouxe às passarelas o verdadeiro significado do Boho Chic para a coleção SS/25. Pelas mãos da designer alemã Chemena Kamali, a marca expôs a essência dessa estética de forma boêmia e ao mesmo tempo cíclica, revelando modelagens onde a autenticidade e a feminilidade se encontram em cada detalhe.

(Fonte: FashionNetWork)
(Fonte: FashionNetWork, Diretora criativa da Chloé)

Mas, antes de tudo, o que é realmente o Boho? Ao mergulharmos na história da moda, descobrimos que essa estética floresceu nos anos 70, unindo leveza e maximalismo em uma única expressão. Naquela época, havia um manifesto de liberdade e individualidade, refletindo o espírito hippie da época. O Boho não era apenas uma tendência de vestuário, mas um estilo de vida que valorizava a autenticidade, a natureza e a criatividade.

(Fonte: Harper’s Bazaar, Anita Pallenberg considerada ícone do estilo Boho dos anos 60-70)

Coincidentemente, a Chloé também teve um crescimento significativo em 1970, especialmente sob a liderança da fundadora Gaby Aghion e de Karl Lagerfeld, responsável pelo design. A marca se sobressaiu ao oferecer um estilo que ressoava com a estética da época e se tornou famosa por suas peças fluidas e românticas, conquistando um público que buscava tanto elegância quanto conforto. Embora tenha sido um período de ouro para a maison, seu sucesso prevaleceu nas décadas seguintes, especialmente com a chegada de designers como Stella McCartney e Phoebe Philo.

(Fonte:  Karl Lagerfeld mostrando sua coleção outono-inverno para a Chloé. Arquivo Fairchild / Penske Media / Getty Images)

Para seguirmos explorando a história da Chloé, é interessante revisitarmos algumas coleções marcantes que desfilaram nas passarelas nos anos 2000. Nesse período, as casas de moda abraçaram o Boho com fervor em suas criações, revitalizando um movimento que, embora tenha começado na década de 70, encontrou novas interpretações e nuances nas peças contemporâneas.

Em 2002, uma década que vivenciou a plena expressão do Boho, Dolce & Gabbana e Ralph Lauren traziam às passarelas a leveza dos tecidos e a essência da feminilidade, capturando o verdadeiro espírito dessa estética em suas coleções de Primavera/Verão 2003.

(Fonte: Dolce & Gabbana e Ralph Lauren Spring 2003 RTW)

Enquanto isso, o desfile da diretora criativa Phoebe Philo para a Chloé, em outubro de 2002, também reproduzia os resquícios do Boho. Suas criações para a coleção Primavera/Verão 2003 destacavam a transparência e a renda, moldando silhuetas etéreas que capturavam a essência romântica e livre do estilo.

(Fonte: Vogue, Chloé Spring 2003 Ready To Wear)

Clare Waight Keller também não poderia deixar de preservar o DNA da Chloé em sua coleção FW16 para a PFW em 2015, trazendo referências do boho em vestidos fluidos, tops de camurça e patchwork, mas, ao mesmo tempo, um toque extremamente contemporâneo com alfaiataria moderna e luxuosa. Com essas duas criações em tempos diferentes, já entendemos que a pegada da Chloé é resgatar a era de maior sucesso da marca de forma cíclica e vigente, e seria um tanto equivocado fugir disso, né?

(Fonte: Getty Imagens)

Após uma breve recapitulação da história da moda, vamos voltar para o mundo atual: o Boho de Chemena Kamali na PFW SS/25. Observamos o excesso de fluidez, transparência, babados exuberantes e volumes marcantes, além de rendas delicadas, o icônico slipdress, o ousado balonê e as calças flare.

Não estando contente, Kamali trouxe casacos pesados e coletes de couro para contrapor o romântico e trazer um pouco de maximalismo. Os acessórios brilharam, adicionando um toque chique ao styling, enquanto as cores pastel trouxeram frescor ao verão. Nada mais, nada menos que uma continuação da estética romântica e Boho Chic pela qual a marca já é conhecida há anos.

(Fonte: Fashion Net Work)

Para complementar ainda mais o estilo, Marina Ruy Barbosa marcou presença no desfile da marca e chamou a atenção com seu look da própria Chloé. Marina apostou em um vestido branco com transparência, uma bota acima do joelho e acessórios na vibe hippie sofisticada.

Já Sienna Miller, apoiadora leal da Chloé, apareceu com uma jaqueta de couro de ombros largos, calças largas e plataformas nos pés. Em conversa com a Vogue, Sienna conta que o estilo da marca ressoa com seu estilo pessoal e representa tudo o que ela gosta de usar. Uma verdadeira personalidade do Boho Chic!

(Fonte: GShow Globo)

Como uma estética, o Boho não apenas irradia personalidade e autenticidade, mas também evoca o charme do artesanato, a nostalgia do vintage e a suavidade do romântico, tudo com um toque do espírito hippie. Como uma tendência, segundo o Google Trends, essa estética não teve tempo ruim!

As pesquisas que envolvem esse tema durante os últimos 5 anos se manteve estável, com um pico de popularidade entre 75 a 50 pontos. Essa conexão entre ícones de estilo e toda essa história da Chloé nos leva a refletir, o Boho realmente está de volta ou ele sempre esteve entre nós nas nuances e pontas soltas? Para Chloé, será sempre uma essência que nunca se apagou.

Deixe um comentário