Antigamente, lá por volta de 2008, quando era preciso encontrar informação sobre alguma coisa a gente “perguntava ao Google”. Era muito comum dizer, “entra no google, olha no google”. Naquela época, ele era o buscador e agregador de link mais eficiente. Mas… e hoje?

Além do motor de busca, a Google está por trás de serviços essenciais como o YouTube, Gmail, Google Maps, Android e o Google Drive, apps que fazem parte do nosso cotidiano, né? Ah, percebeu que mudei o artigo de O para A? Antes era O Buscador Google (logo). Agora, é A Empresa Google (Logomarca), segue a leitura que você vai entender.

O que pouca gente sabe, é que antes de ser uma gigante, a Google foi um projeto de dois universitários: Sergey Brin e Larry Page. Eles tiveram a ideia enquanto trabalhavam em seu projeto de pós-graduação na Universidade de Stanford, nos EUA. Queriam uma plataforma que auxiliasse os universitários nos estudos. E, nossa… ajuda até hoje, né?

Mas onde entra o sotaque brasileiro nesta história? Vamos lá! Os dois estudantes queriam ajuda pra criar o logo do projeto e foram trocar ideia com uma professora de design da instituição. Quem? Ruth Kedar, uma brasileira nascida em Campinas/SP que dava aulas na universidade de Standford!

“A intenção (deles) era criar uma empresa como nenhuma outra, sem o desejo de seguir noções preconcebidas sobre como as coisas deveriam ser feitas. Eles não desejavam seguir os passos de nenhuma outra empresa. Mesmo sendo uma startup, eles queriam se destacar e deixar sua marca”.

Você pode pensar que o logo é simples, mas foi bem pensado. A ideia de usar apenas letras veio após muita conversa entre Kedar, Page e Brin. Eles escolheram a fonte Catull, tentando simbolizar a fusão entre o clássico e o moderno. A simplicidade das letras foi a chave para criar algo acessível e inovador ao mesmo tempo.

As cores foram outro destaque no processo. Optaram por tons primários — azul, vermelho e amarelo —, comuns em brinquedos educativos, pois a ideia, como falado anteriormente, era voltar a ferramenta principalmente para estudantes universitários. Esse visual ajudava a criar uma sensação de tranquilidade em um tempo em que as pessoas tinham medo da internet. Dois anos depois iria rolar o Bug do Milênio…!

O jeitinho brasileiro na versão final é o sotaque brasileiro presente na composição. Nas palavras de Kedar:

“Na teoria das cores, progressões em matiz, valor e saturação têm um lugar preciso na roda de cores. A escolha de misturá-las de maneira surpreendente e inesperada refletiu o fato de que o Google não seguia regras estabelecidas e tinha uma nova maneira de ver todas as coisas”.

Ou seja, o cartão de visitas de uma das maiores empresas do mundo, foi criado por uma mulher brasileira! E é impressionante que, em todas as suas repaginações, a Google mantém o padrão de cores criado por Kedar. “Quando é bem feito, dura“, como dizia minha vó.

Sendo mulher e estrangeira num meio masculino e preconceituoso, a designer afirmou que enfrentou perseguições e retaliações após o processo de criação, tanto em forma de mensagens explícitas quanto sutis sugerindo que ela não pertencia àquele lugar, que suas opiniões eram menos importantes ou que deveria manter seus pensamentos para si.

“Reconheço que projetar um logotipo tão icônico abriu portas e concedeu acesso a lugares que antes eu tinha dificuldade em alcançar, mas minha maior fonte de alegria está no conhecimento de que meu sucesso capacitou gerações de mulheres a reivindicar seu lugar legítimo à mesa”. Refletiu.

Pra ver o que a Ruth Kedar tá aprontando nos dias de hoje, só acessar seu site oficial. Ela é bastante acessível.