Burnout. Uma palavra que, sinceramente, dá medo só de pensar. Se você tem entre 20 e 30 anos, Gen Z ou Millennial, com certeza alguém do seu ciclo social, ou até mesmo você, já experienciou as delícias desse “evento canônico” na vida de qualquer jovem adulto que acha conseguir abraçar o mundo só com os dois braços.

Sejamos sinceros, você tem dificuldade até de trocar o gás do seu fogão, tendo que ver um tutorial no Youtube só pra confirmar se não está fazendo nada de errado, quem dirá trabalhar, estudar, manter sua vida social, malhar, comer, beber água e praticar algum hobby.

Imagem Pinterest: Refinery29 Australia

O Burnout, ao contrário do que muitos pensam, não está só associado ao trabalho, mas também no estilo de vida que você leva fora dele. Já que, digamos que seu trabalho seja puxado, mas nada muito difícil, porém, por não exigir tanto de você, há a tentativa de conciliar ele com outras 3 coisas que também não são muito difíceis de fazer, e que quando você vê, está fazendo todas mal feitas e seu chefe está no canto da sua orelha falando de prazos. Há algo intrínseco em ser humano e realizar multifunções, afinal, nosso cérebro tem essa capacidade. Ou não.

Jean Philippe Lachaux, neurologista francês, afirma que não, o cérebro não consegue realizar duas tarefas intelectuais ao mesmo tempo. Ele argumenta que uma delas será feita no que entendemos como “automático”, como respirar, piscar…

Na era digital, é muito comum prestarmos atenção em 2 ou mais coisas ao mesmo tempo, nosso cérebro está recebendo treinamento para isso com o Instagram. Conversar com alguém em ligação enquanto rola o feed e assiste “Sex and the City” na TV pode parecer fácil, mas se eu te perguntar qual foi a publicação anterior que você viu, ou se a Carrie já comentou sobre ter perdido sua chance com o Big no episódio, você só saberá responder uma dessas perguntas.

Deveríamos nos orgulhar de conseguir fazer duas coisas ao mesmo tempo, mesmo que uma delas saia mal feita? Na verdade, isso já está tão automático, que nem é uma questão a se pensar. Hoje, a qualidade não importa mais, já a quantidade, essa interessa.

O Burnout surge justamente dessa necessidade de alta produtividade e de constantemente estar procurando fazer mais coisas ao mesmo tempo, se atolando de funções que serão, sem dúvida alguma, feitas de maneira medíocre. Porém, é claro, no fim do dia sua lista de “To Do” estará completa, e é isso que importa.

Para pegar impulso é necessário dar um ou dois passos para trás. Desacelere. Comece colocando coisas básicas na sua lista de coisas para fazer no dia, “tomar 3 litros de água”, “descansar 15 minutos depois do almoço”, “Acender um incenso quando chegar em casa”, “Ligar para minha mãe”. Coisas que geralmente você não colocaria na sua lista, mas que fazem parte da sua rotina.

Filme: Clube da Luta

Comece a perceber o tanto de tarefas que você realiza no seu dia e não se dá nem conta delas. Essas pequenas atitudes que formam quem você é. Não é o seu trabalho, nem seus estudos, e sim como essas atividades são feitas por você.

A Revista Grazia recomenda alguns procedimentos para evitar o temido Burnout, são eles:

Fale, procure suporte e seja honesto: Guardar para si que está se sentindo exausto e quer sumir, certamente não é a opção mais madura, apesar de parecer. Clichê, mas eficaz, procure ajuda. Não estamos mais em 1980, arranje um psicólogo.

Fique em silêncio: Auto explicativo. Procure separar um momento do seu dia para ficar em silêncio e organizar sua mente, sem música, sem podcast, sem TV, sem reels.

Evite fazer tarefas ao mesmo tempo: Lembre-se de Jean Philippe. Uma das tarefas será feita no automático.

Bloqueie distrações: Desative a notificação do seu Instagram por uma semana e perceba como é eficaz não saber quem reagiu ao seus stories a 1 minuto atrás. Já dizia alguém por aí: A ignorância é uma dádiva.

Escute seu corpo: Será que você não deveria começar a prestar atenção na dor nas costas que você tem? Ou que talvez seu estresse possa ser seu cérebro extremamente estimulado por Tiktok segundos antes de você dormir?

Medite: Convenhamos, é difícil sentar, ficar em silêncio e fechar os olhos, sem que seja por 5 minutos, mas é um esforço que daqui 1 mês se tornará uma rotina, e você nem vai sentir dificuldade em meditar.

O Burnout é algo sério, a quantidade de pessoas que vão aos hospitais devido a ele cresce cada dia mais. Não se ignore, desacelere.

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