Se você é, ou foi, um jovem rebelde, desajustado, se você se sentiu estranho ou mal compreendido, ou até se só era um tanto melancólico e (por que não?), levou um pé na bunda, você já ouviu Radiohead. É uma questão de matemática simples. Mesmo que tenha sido indiretamente, você sabe cantarolar pelo menos uma música.

Além da banda britânica de rock alternativo ter um som experimental cheio de melanias e dissonâncias, seus álbuns e encartes sempre foram peças únicas – inclusive ganharam um Grammy de Melhor Pacote de Gravação por Amnesiac (2002).
O impacto visual das artes gráficas e capas dos álbuns tem nome. Na verdade, dois nomes. Stanley Donwood, artista visual, e do próprio Thom Yorke, o vocalista – este, trabalhando mais como provocador. Pra você ter ideia, Donwood foi o responsável por todas as artes da banda desde 1994.

The Bends foi um disco que aprofundou o som dos caras, explorando temas mais complexos e introspectivos, afirmando a identidade musical que estavam buscando. Mas, é impossível dissociar as capas e produtos visuais na construção disso, pois eles, de certa forma, também afirmavam a identidade estranha e intrigante da banda.

“Eu queria que fosse como algo que foi encontrado. Eu tinha essa ideia de que há uma casa vazia e você sobe as escadas empoeiradas sem um tapete, vai para o sótão e há uma cômoda velha e surrada, e dentro há uma caixa e dentro há o livro” – comenta Stanley Donwood sobre o processo criativo da capa de Amnesiac.

Em In Rainbows, Donwood foi além e usou água-forte, ácido e cera pra criar imagens que pareciam fotos da NASA. Ele começou explorando a vida nos subúrbios, mas percebeu que não combinava com o som do álbum. A capa acabou ficando super colorida, com um visual tipo arco-íris tóxico de poça d’água. O Radiohead segurou a arte pro lançamento físico, que ainda trouxe um livreto com mais criações insanas de Donwood, expandindo o interesse pelas músicas e pelo design.

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