Dirigido por Samantha Col Debella, o longa-metragem “Beatriz Vira Folhas” nos transporta para a jornada de Beatriz, uma menina que enfrenta a mudança de sair da capital e ir para uma nova cidade no interior, deixando sua melhor amiga, Clara, e seus momentos de brincadeiras, jogos e diversão no clube de She-Ra para trás.
Em meio às dificuldades de adaptação, Bea, que prefere jogar a ler, encontra refúgio nos livros após se inscrever em um concurso de literatura e redação. Para alcançar seu sonho de ganhar uma viagem para a capital, ela precisa superar suas limitações na leitura e enfrentar a severa Irmã Lourdes, a bibliotecária da escola.

A direção de arte, assinada por Raphael Henrique, desempenha um papel fundamental ao capturar a simplicidade e a nostalgia da vida no interior, ao mesmo tempo em que reflete o universo emocional de Beatriz.
A liberdade e a vitalidade juvenil são centrais para a mensagem de “Beatriz Vira Folhas”, e isso se reflete claramente no figurino da protagonista. Suas roupas são leves e confortáveis, permitindo que ela se mova com desenvoltura e brinque à vontade. A jardineira, peça central de seu guarda-roupa, simboliza essa liberdade, enquanto blusas vibrantes destacam sua expressividade e energia. No contexto escolar, o uniforme composto por blusa social e saia ganha um significado simbólico, contrastando com sua vestimenta mais casual e descontraída.
Os acessórios desempenham um papel crucial na construção da personagem. Chuchinhas coloridas adornam seus cabelos, adicionando um toque lúdico e mantendo sua individualidade. Seus penteados simples, geralmente com o cabelo preso, refletem sua praticidade.
Os braceletes acompanham Beatriz, criando a sensação de uma nostalgia na infância, sugerindo que a escolha das combinações é quase uma brincadeira, reforçando a ideia de que, apesar dos desafios que enfrenta, ela ainda preserva um espírito infantil e criativo.
A construção cênica de “Beatriz Vira Folhas” foi inspirada em escolas regionais, onde a criatividade dos alunos floresce. As salas de aula, decoradas com cartazes coloridos, mapas geográficos e cadernos, simbolizam a importância da aprendizagem na vida dos estudantes.

A biblioteca, por sua vez, é apresentada como um espaço sagrado, onde o conhecimento é valorizado. Livros organizados, mesas de estudo e cadeiras confortáveis convidam ao mergulho na leitura, refletindo o valor da educação e do desenvolvimento intelectual. Tanto a sala de aula quanto a biblioteca são mais do que cenários, tornam-se verdadeiros personagens do filme.
Gravado em Chapada dos Guimarães e Cuiabá, o filme destaca a importância da direção de arte na criação de uma experiência cinematográfica autêntica, que enriquece a narrativa e imerge o espectador no mundo da garota. “Beatriz Vira Folhas” é uma obra que celebra a cultura mato-grossense e a magia dos livros, oferecendo uma reflexão sobre adaptação, amizade e o poder da imaginação.

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