Nos últimos anos, a busca por ser “aesthetic” passou a habitar nossas mentes como um ideal quase inalcançável. Quantas vezes sentimos aquele desejo súbito de compartilhar um momento, apenas para sermos silenciados pela dúvida? Existe a foto perfeita para o Instagram, o post ideal para o Pinterest, mas quem foi que definiu esses padrões?

Essa incessante pressão para moldar o post perfeito tomou tanto espaço em nossas vidas que a espontaneidade foi quase que sufocada, deixada a um canto onde é vista com desdém. Agora, é possível perceber a abstenção da naturalidade se escondendo por trás dessa busca pela perfeição, o que merece entrar em questionamento.

Um dos motores da era low profile entre os jovens é o medo da exposição e da ridicularização. Em resposta, plataformas como Instagram e X têm adotado seções que incentivam a privacidade. Publicações para “melhores amigos” oferecem certo alívio principalmente por criarem um espaço onde pessoas com ideais semelhantes se compreendem, longe do julgamento público. Um comportamento mais reservado na internet virou quase um ato de proteção própria.


Outra razão é a cultura do cancelamento, um termo que ganhou força durante a pandemia de 2020, quando as emoções estavam à flor da pele e a internet se tornou o palco para que os pensamentos e opiniões mais intrínsecos fossem expostos. Essa liberdade conturbada impactou profundamente a saúde mental de figuras públicas e pessoas comuns.

No BBB 2021, a participante Karol Conká foi uma figura exemplo de como a cultura do cancelamento tem impactos extremamente negativos
Ninguém quer ser cancelado, é claro. Por isso, muitos posts são adiados repetidas vezes, até que, finalmente, nunca chegam a ver a luz do dia.
As mudanças nos algoritmos das redes sociais também são causas na diminuição das postagens. Com interações naturais cada vez mais raras, muitos jovens sentem que seus conteúdos se perdem em meio a tantas publicações patrocinadas. A falta de engajamento genuíno se torna desmotivadora, e faz com que a vontade de compartilhar seja substituída por mera apatia.
A consequência é um feed menos movimentado, onde apenas o que parece relevante ou significativo é mostrado , e o resto fica guardado nos rascunhos.

feed low profile
Apesar da superficialidade que ainda predomina em muitas redes, nota-se a crescente busca por autenticidade e conexões genuínas entre a geração. Muitos jovens já não se preocupam tanto com a quantidade de seguidores ou curtidas, e priorizam mais a qualidade das interações e a profundidade das relações. Aparentemente, o futuro das redes sociais está se encaminhando para um ambiente onde menos é mais, onde a autenticidade, privacidade e conexões verdadeiras voltam a ser valorizadas.

Cada mudança, tanto no mundo social quanto no digital, merece nossa atenção e análise, especialmente quando representa uma evolução na forma como os jovens se relacionam com o mundo.

Deixe um comentário