Se você está sendo vítima de violência doméstica, ligue para a Central de Atendimento à Mulher: 180.

“É Assim Que Acaba” (It Ends With Us) é a adaptação cinematográfica do bestseller homônimo de Colleen Hoover. Sob a direção de Justin Baldoni, o filme narra a história de Lily Bloom (Blake Lively) e seu relacionamento tóxico com o neurocirurgião Ryle Kincaid (Justin Baldoni), que a agride.

A roteirista Christy Hall opta por uma adaptação o mais fiel possível ao material original, o que considero um ponto positivo. O filme retrata o início do relacionamento entre Lily e Ryle de forma gradual, permitindo que o público conheça os personagens e se apaixone por Ryle da mesma maneira que Lily. Então, quando o público e a personagem estão imersos no romance, a primeira agressão acontece, surpreendendo-nos tanto quanto surpreende Lily.

A escolha de Baldoni de filmar as cenas de violência de maneira ambígua, deixando em dúvida se foi um acidente ou não, nos permite mergulhar na perspectiva de Lily. Essa abordagem reflete a realidade de muitas relações abusivas, em que a vítima demora a perceber a gravidade da situação.

Como ponto negativo, destaco o uso de flashbacks da adolescência de Lily e seu relacionamento com Atlas (Brandon Sklenar), que são inseridos em momentos intercalados com o presente. Isso prejudica o ritmo do longa, interrompendo o desenvolvimento de uma linha narrativa para focar na outra, o que pode causar cansaço na audiência.

Na segunda metade do filme, quando Lily finalmente percebe que está sendo vítima de violência doméstica, Baldoni toma uma decisão acertada ao reexibir as cenas de agressão, dessa vez sem ambiguidades. Essa repetição não só revela a verdade das ações de Ryle, como também simboliza o momento em que Lily compreende a realidade de sua situação.

Em resumo, “É Assim Que Acaba” é uma adaptação cinematográfica eficaz de um livro popular, abordando um tema complexo sem romantizar a violência contra a mulher.

Nota: ★★★☆☆