Na última Comic Con em San Diego, foi anunciado que Robert Downey Jr. retornará ao Universo Cinematográfico da Marvel, desta vez no papel de Doutor Destino. Essa escolha surpreendente animou milhões de fãs do ator, que deu vida ao icônico Tony Stark por mais de uma década.

Embora muitos considerem a escolha de Downey Jr. genial, vejo essa decisão como um sinal do desespero e da falta de preparação de Kevin Feige em relação aos rumos do MCU. Inicialmente, Kang, o Conquistador, seria o principal vilão dos novos filmes dos Vingadores.

Contudo, após a condenação de Jonathan Majors, intérprete de Kang, por agredir sua então namorada, a Marvel rompeu qualquer vínculo com o ator. Isso obrigou a empresa a abandonar a construção do personagem, já iniciada em “Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania”, e recalcular a rota.

Apesar da situação com Majors estar fora do controle da Marvel, a nova direção adotada fez com que muitos filmes lançados não avançassem, gerando a sensação de que o MCU estava estagnado e diminuindo o entusiasmo que sempre cercou a franquia. Diante disso, e ciente de que a principal concorrente, a DC, estava se reestruturando sob a liderança de James Gunn, Feige apostou alto, trazendo de volta o ator querido por todos: Robert Downey Jr.

Embora exista uma história nas HQs que retrata Stark como Doutor Destino, o peso do personagem nos quadrinhos é menor do que no cinema. Stark teve um arco de construção e mudança de personagem que culminou em um encerramento perfeito. Trazer o personagem de volta diminui a importância desse desfecho.

Do ponto de vista da experiência dos fãs, também considero um erro ter revelado o retorno de Downey Jr. antes mesmo do início das gravações. Imagine a surpresa dos fãs ao vê-lo de repente no filme? No final, a Marvel parece preferir focar no hype antes do filme existir, em vez de investir na qualidade do próprio filme. A Marvel precisa seguir em frente sem os Vingadores originais. Trazer Robert Downey Jr. de volta apenas dificulta esse processo.