Após um período marcado por tendências muito comerciais e severamente aceleradas no mundo da moda em 2023, ao que tudo indica, 2024 veio para acalmar os ânimos, e dessa vez, trazer tendências muito mais autênticas em estilo.
Pela primeira vez nos últimos 3 anos, os famosos “aesthetics” têm cada vez mais se distanciado dos anos 2000. Mas no fim, a questão que fica é: Devemos nos preocupar com as tendências estarem caminhando cada vez mais rápido nessa linha do tempo de retrospectivas, ou finalmente temos um descanso desse desespero de validação fashion baseada em saudosismos?
Talvez nessa crescente tão grande (principalmente no tiktok), do interesse pela moda e a indústria como um todo, as pessoas têm exponencialmente procurado cada vez mais autenticidade, estilo, e know-how de como se apresentar e como transmitir personalidade através da indumentária.
Em contrapartida, ao que o interesse aumenta pela temática, proporcionalmente surgem aqueles que fazem jus à falsa ideia de que moda é “algo fútil”.
O que precisa ser pensado é que ao produzir conteúdo de moda, também torna-se imprescindível entender questões muito mais complexas do que somente a influencer digital que junto ao seu stylist, montam looks que mais performam do que comunicam.

Moda é arte, economia, mercado, comportamento, posicionamento, política, e, acredite se quiser, até mesmo psicologia.
Assim como qualquer outra área, a moda também é ciência, mais especificamente, uma ciência social, que entende desde o início dos tempos como a forma com a qual nos vestimos é utilizada para que ideias sejam transmitidas, e mensagens sejam repassadas.
Já reparou como curiosamente um simples óculos de sol, com lentes escuras e uma armação robusta podem comunicar um “não quero conversar hoje” sem que às vezes palavras precisem ser ditas?
Ou como o fato de escolher cores específicas para as roupas no final de ano comunicam não só ao universo, como para as outras pessoas quais energias você quer atrair para o próximo ano?
Ou para além disso, como através da sua roupa, você revele sua identidade? Se você é queer, vive na fazenda, é indiano ou uma pessoa de religião mais conservadora?
A questão é que nessa série de provocações, podemos entender para onde as últimas tendências de moda e comportamento caminham. É ano de se perguntar, quem eu sou? Em que acredito? De onde venho? Para onde vou?
Talvez nessa grande virada de um ano tão movimentado, viveremos um diário exercício de mindfulness: O abrir o guarda roupa de manhã para se vestir para o trabalho.
Segue agora, um report das últimas tendências baseadas no mercado nacional e internacional:
FLORES PARA TODOS OS LADOS
Rosas, orquídeas, tulipas e tantas outras flores que completam esse jardim fashionista, têm dominado as passarelas por meses consecutivos.
Sejam nas estampas, aplicações, acessórios (e até mesmo na perfumaria), a feminilidade expressa através dos florais têm sido fortes buscas não só no Pinterest e Tiktok, como também nas passarelas de Giambattista Valli, Chloé, Marni, Alexander McQueen e Balmain.

BRANCO: CHIQUE, UNIVERSAL E ATEMPORAL
Os looks all-white também foram grandes protagonistas das últimas passarelas, em suas diversas formas. Sempre com muito movimento, sejam com sobreposições ou tecidos fluidos que percorrem o corpo.
Com a continuidade do assunto “Old money aesthetic” e até mesmo da estética “Model of duty”, os branquinhos básicos, mas bem cortados em bons tecidos, são ótimas pedidas para um look diurno.

A MODA É SER TRANSPARENTE
Tules, organzas, voais, e outras tecelagens com transparência começarão a aparecer cada vez mais nas peles das fashionistas de plantão.
Saias transparentes são tão perfeitas para uma noite com as garotas quanto para dias de praia ensolarados. Só tome cuidado com o dresscoding dos lugares para não soar “sexy demais” em ambientes menos informais.

BYE BYE, CINTURA BAIXA!
Agora que essa tendência foi popularizada novamente pelas redes sociais, não é mais tão “edgy” quanto antes utilizar de cinturas baixas, somente aquelas pessoas firmes e fortes em um estilo mais sensual e ousado, continuarão utilizando esta tendência.
Com a notória baixa de coses baixos nas passarelas, tanto em shorts curtíssimos (tendência reportada em nosso Instagram) como nas calças de alfaiataria principalmente, é esperado que a peça principal do estilo y2k saia de cena por algum tempo.

BÁSICA SIM, SIMPLES NUNCA!
Nessa pedida mais elegante dos últimos tempos, e também influenciada pelo aumento de buscas por “Jazz Girl”, “Jazz style” e “Jazz bar” no Pinterest (e consequente pelo Jazz em plataformas como spotify) o chamado para um lookinho básico mas arrebatador de tão elegante talvez seja a escolha certa.
Tons neutros, lápis de olho, cabelos naturais (até mesmo bagunçados), e aquela cara de menina londrina “cool”, roupas com bom caimento mas sempre básicas, talvez sejam a sua vibe.

METALIZADO PARA GREGOS E TROIANOS
“Que isso filha, ficou maluca? — Não, virei clubber!” Que o estilo messy girl (que é uma grande mistura de heroin chic, indie sleaze e model of duty) que usa e abusa dos prateados está em alta, todos já sabemos, mas afinal, o metalizado que está tão em alta, é somente isso?
Definitivamente não! Peças prateadas também têm sido trazidas na passarelas de formas elegantes e até mesmo “fresh”!


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