Mia Thermopolis, Regina George, Andy Sachs… quem foi adolescente nos anos 2000 e não conhece essas personagens icônicas que atire a primeira pedra. Quando pensamos em filmes marcantes não tem como não pensar em títulos como “O Diário da Princesa” ou “Meninas Malvadas”. Porém, com a volta de tendências dos anos 2000, algumas reflexões têm a necessidade de serem feitas sobre aquela época. E a pergunta que fica é: será que tudo era lindo e cor de rosa como nos lembramos? 

Jenna Rink de De Repente 30. (Foto: Reprodução)

Que a mídia está profundamente ligada aos padrões de beleza não é novidade. Foi através da mídia que surgiram Sex Symbols tão famosos como Marilyn Monroe e Audrey Hepburn. Todos queriam ser como elas e conosco não foi diferente.

Lidamos com personalidades marcantes como Lindsay Lohan e Anne Hathaway, que estavam em todos os meios de informação e protagonizaram nossos filmes favoritos. Mal sabíamos nós que ali começava uma admiração e também um problema que nos assolaria pelo resto de nossas vidas: a busca pelo padrão ensinados a nós por Hollywood. 

Paris Hilton no início dos anos 2000. (Foto: Reprodução)

O que as personagens que tanto admiramos tem em comum? Todas eram jovens americanas brancas, magras, com cabelos lisos escorridos (ou que dependiam deles para que fossem consideradas bonitas) e foi ali que começamos a identificar que essas características eram sinônimos de sucesso, de atenção e de glamour.

Não se pode imaginar a decepção de milhares de garotas ao se olhar no espelho e chegar a conclusão de que não se é do jeito “certo”. Ali, no momento que se chega nessa conclusão, que começa a busca implacável para alcançar o tão desejado padrão. Como explicar para uma criança de doze, treze, quatorze anos que não há nada de errado com ela quando todos os lugares de destaque a fazem acreditar no contrário? 

Meninas Malvadas, 2004. (Foto Reprodução)

A vontade de alcançar padrões quase impossíveis de corpos resultou numa onda de distúrbios alimentares. Um relatório da Common Sense Media, publicado em 2015, aponta que entre 1999 e 2006 as hospitalizações por conta de transtornos alimentares aumentaram 119% entre crianças com menos de 12 anos. Um outro estudo publicado em 2016 pela Professional Association for Childcare and Early Years apurou que 24% de profissionais de assistência à infância relataram sinais de problemas com o corpo entre crianças de 3 a 5 anos no Reino Unido. 

Apesar de toda nostalgia trazida com a volta da moda Y2K, com toda sua autenticidade e liberdade criativa, um alerta também deve estar presente em nossas mentes para não trazermos de volta modas nem tão legais assim como o culto à magreza extrema. Essa é a hora de olhar para o passado e trazer as coisas boas, mas também aprender com os erros e não repeti-los.

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